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Mudança na tributação levou a aumento do etanol em Londrina e Maringá | Fábio Dias/ Gazeta do Povo
Mudança na tributação levou a aumento do etanol em Londrina e Maringá| Foto: Fábio Dias/ Gazeta do Povo

Estratégia

Petrobras não muda política de preços

O diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse ontem que a Petrobras não irá alterar sua política de preços da gasolina e do diesel. "Temos mantido a estratégia de trabalhar com preços estáveis no longo prazo e vamos continuar nesta linha", disse ele. Costa disse que em países onde a gasolina tem o preço livre, como Estados Unidos e Japão, as cotações variam praticamente todo dia e este cenário não seria bom para o Brasil.

Ao ser questionado se a Petrobras, ao elevar sua participação na produção de etanol, também não irá se deparar com este cenário de variação de preços do combustível renovável, o executivo disse que esta disparidade entre preço da gasolina regulado e de etanol livre não irá afetar a competitividade do etanol, já que a tendência é de que os custos do etanol caiam de forma significativa.

Agência Estado

Resultado esperado

Índice medido pelo Ipardes também registra desaceleração

O Índice de Preços ao Consumidor de Curitiba (IPC), medido pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), para famílias que recebem de 1 a 40 salários mínimos (R$ 545 a R$ 21.800), também registrou queda em maio, na comparação com abril: ficou em 0,25% ante os 1,06% do mês anterior. O álcool combustível foi o que mais contribuiu (queda de 0,20 ponto porcentual) no resultado final do índice. Caso essa queda de preço não tivesse ocorrido, o índice geral teria ficado em 0,45%. "Esse resultado já era esperado depois da entrada da nova safra e das medidas de redução de preços pela Petrobras", avalia o diretor-presidente do instituto, o economista Gilmar Mendes Lourenço.

Os preços com Alimentação e Bebidas também recuaram. A variação negativa de -0,66% no grupo se deu principalmente pelos recuos nos preços das refeições em geral (-0,96%), do ovo de galinha (-12,25%), da laranja-pêra (-15,93%), do filé mignon (-10,04%) e do arroz (-4,01%).

Para Lourenço, a tendência do segundo semestre é de que a inflação não volte a acelerar. "Ao contrário do que muitos analistas projetavam, que a economia brasileira estaria correndo o risco da inflação, os fatores que influenciaram essa subida até agora, como os combustíveis e os alimentos, começam a apresentar uma reversão. É razoável imaginarmos um segundo semestre mais favorável ao controle de preços", avalia.

Segundo o economista, no segundo semestre o país deve crescer em um patamar mais lento do que em 2010, com algo em torno de 4% a 5% de crescimento no PIB. "Isso vai inibir um pouco pressões inflacionárias como as dos dissídios, mesmo aqueles bastante significativos, como os dos petroleiros e bancários. No ano passado mais de 90% das categorias conseguiram reajustes acima da inflação. Neste ano isso é pouco provável de ocorrer por causa de uma conjuntura de crescimento econômico mais contido", analisa. (FZM)

Combustível voltou a subir no interior

Após sucessivas semanas com reduções no preço do etanol, o combustível voltou a subir nos postos do Norte e Noroeste do Paraná. Desde a semana passada, o litro do álcool custa em média R$ 1,79 em Lon­drina e Maringá, cerca de R$ 0,20 a mais do que era cobrado no fim de maio.

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Melhora no curto prazo é pontual

Dessa forma, as baixas taxas de inflação que devem ser observadas nos próximos meses não podem ser ainda creditadas ao aperto mo­­netário em curso, nem podem ser consideradas resultado de uma mudança estrutural no cenário para o ano.

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  • Confira o IPCA curitibano e a inflação nacional
  • Confira o IPCA acumulado nos últimos 12 meses

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), começou a desacelerar em Curitiba e no país. Em maio, a alta dos preços na capital paranaense foi de 0,50%, índice próximo da média nacional de 0,47% e bem abaixo dos 1,14% de março e 1,23% de abril na capital paranaense.

Veja o simulador de inflação

A maior influência nesse resultado foi dos combustíveis, mais precisamente do etanol. O combustível apresentou queda de 14,09% em Curitiba e 11,34% no país. "Essa grande queda em um índice que girava em torno de 0,80% na série histórica ocorreu por causa do avanço na colheita e na moagem da cana-de-açúcar, que aumentou a oferta do produto e fez com os preços recuassem. Um freio no consumo do etanol por parte dos consumidores, por causa da alta anterior nos preços, também ajudou", analisa a coordenadora da pesquisa do IPCA/INPC no IBGE, Eulina Nunes.

O movimento de redução de preços (13% para o álcool e 6% para a gasolina) pela BR Distruibuidora, subsidiária da Petrobras, na primeira quinzena de maio, também influenciou os números. Essa redução faz parte das medidas de combate à inflação do governo federal e tinha sido anunciada ainda em abril. Mesmo com a queda, o etanol permanece com alta de 17,82% no acumulado do ano. Já a gasolina, que teve pequena alta de 1,08% em maio, registra 10,04% no acumulado.

As passagens aéreas também tiveram comportamento de queda, com -14,88% em relação a abril. As promoções das companias áereas para compensar o período morno, longe das férias escolares e de verão, seriam o principal fator desses resultados, além da influência dos combustíveis.

Acumulado

Entre as 11 regiões metropolitanas pesquisadas, a de Curitiba apresenta a inflação mais alta no acumulado dos quatro primeiros meses de 2011 (4,55%) e nos últimos 12 meses (8,29%). Na capital paranaense, a pressão inflacionária dentro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados para compor o IPCA foi maior em Alimentação e Bebidas. Esse item e outro relacionado a ele, o da alimentação fora de casa, tiveram aumentos de 1,48% e 2,66%, respectivamente, em Curitiba – bem acima das médias nacionais de 0,63% e 0,91%.

"Os alimentos mantiveram a mesma tendência de alta dos meses anteriores. No caso dos produtos in natura, como o tomate, a grande causa da alta nos preços foi o clima. O mês de maio foi marcado por algumas tempestades de granizo no estado de São Paulo, que produz mais da metade do tomate brasileiro", avalia Eulina.

Previsões

A pesquisadora prefere não falar em previsões para o próximo mês, mas a possível divulgação do limite de reajuste dos planos de saúde familiares e individuais pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), retroativo a abril, e também um reajuste na tarifa da energia elétrica pela Copel, que ocorre todo mês de junho, podem influenciar os preços nos próximos meses. Em maio, os preços com plano de saúde tiveram aumento de 0,59% (2,99% no acumulado do ano), enquanto os da energia elétrica subiram apenas 0,03% em maio, e registram 0,43% no acumulado.

A ANS não admite, mas o índice em análise pelo Ministério da Fazenda seria algo em torno de 6,6%. Já a Copel diz que a autorização é feita pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O reajuste médio da tarifa em 2010 foi de 2,46%.

Índice da construção sobe mais que o IPCA

Outro indicador medido pelo IBGE, em convênio com a Caixa Econômica Federal, o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), também apresentou alta, apontando inflação de 1,50% em maio no setor – uma aceleração diante da taxa do mês anterior, de 0,48%, mas ainda assim abaixo do índice registrado em maio do ano passado, que foi de 1,61%. "Esse valor é resultado da pressão exercida pelos reajustes salariais da categoria no mês de maio. Quase todas as regiões tiveram um ou mais estados com acordos coletivos no setor, em especial o Centro-Oeste", explica o coordenador da pesquisa, Augusto Oliveira. Segundo ele, os reajustes salariais do setor ficaram entre 7% e 10%. Em 2011, o Sinapi acumula uma alta de 3,20%. Já nos últimos 12 meses, o índice está em 6,88%, um pouco menor que nos 12 meses anteriores, quando o indicador foi de 7%.

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