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Alvo de fortes críticas do governo, os spreads bancários (diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada pelos bancos) deram um salto entre setembro do ano passado e janeiro deste ano. Para empresas, ele subiu de 14,7 pontos porcentuais para 18,8 pontos porcentuais, de acordo com dados do Banco Central (BC). No caso das pessoas físicas, ele saltou de 38,6 pontos para 43,6 pontos.

Com o temor da explosão da inadimplência, os bancos preferiram manter essas gorduras como "defesa" contra a crise e ajudaram a derrubar o crédito no país. Mas, para analistas, dificilmente esse mercado voltará a deslanchar sem a queda desses lucros.

A estratégia dos bancos de manter o spread como uma espécie de colchão de proteção pode reduzir, inclusive, o efeito positivo da redução da taxa básica de juros. Na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortou em 1,5 ponto porcentual a Selic em uma tentativa de evitar uma queda mais forte da economia. "Mas com os elevados spreads, a eficácia da queda das taxas de juros sobre a economia acaba sendo menor", diz Luis Miguel Santacreu, analista da Austing Ratings. "Com o esperado aumento da inadimplência, dificilmente os bancos vão fazer cortes expressivos nos juros que cobram", acrescenta.

Para o professor Marcio Cruz, da UFPR, os elevados spreads dos bancos são uma limitação à política monetária do governo, que terá de atuar de maneira mais agressiva. "Uma saída é forçar a queda dos spreads nas instituições estatais, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, e aumentar a concorrência, além de ampliar a atuação do BNDES", diz. (CR)

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