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O mau desempenho das exportações de produtos industrializados derrubou a previsão para as exportações brasileiras neste ano. A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) informou na manhã desta terça-feira (15) que revisou sua projeção de US$ 239,1 bilhões – estimados em dezembro do ano passado – para US$ 228,2 bilhões. O novo cálculo representa uma queda de 6% em relação ao valor exportado em 2013 (US$ 242,2 bilhões).

A AEB também reduziu a expectativa para as importações, de US$ 231,8 bilhões para US$ 227,6 bilhões, 5% menos que os US$ 239,6 bilhões importados em 2013. Com isso, a estimativa para o superávit comercial também caiu, de US$ 7,2 bilhões para apenas US$ 0,6 bilhão. No ano passado, a balança comercial brasileira registrou saldo positivo de US$ 2,6 bilhões.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, no primeiro semestre deste ano as exportações brasileiras caíram 3% e as importações, 4% em relação a igual período de 2013. O saldo do comércio exterior ficou negativo em US$ 2,5 bilhões.

"Os responsáveis pela redução das exportações são os produtos manufaturados, com destaque negativo para plataformas de petróleo [que, mesmo sendo usadas no Brasil, são contabilizadas como exportações] e vendas para a Argentina, especialmente no setor automobilístico", informou a AEB.

Segundo a associação, a queda na importação "alcança todas as categorias, devido à redução do consumo interno das famílias, comprometimento da renda, crescimento da inadimplência, menor geração de empregos, elevação dos juros, redução de investimentos, queda da atividade industrial e do PIB, seletividade nos financiamentos, aumento da inflação, etc, mesmo com a atual taxa de câmbio representando fator de estímulo à importação".

Nos últimos meses, o câmbio tem se mantido na casa dos R$ 2,20, patamar que é considerado desvantajoso pelos exportadores e que teoricamente estimularia as importações. Para muitos economistas, a manutenção das cotações nesse nível é resultado das intervenções diárias do Banco Central no mercado de câmbio, que teriam o pretexto – não assumido pela instituição – de deixar a taxa em um nível que não ameace a inflação.

A estimativa dos bancos e consultorias é de que o dólar avance para R$ 2,39 até o fim do ano, segundo as expectativas compiladas pelo relatório Focus, do BC. Mas, segundo a AEB, "qualquer que seja a taxa cambial vigente no segundo semestre não haverá impacto sobre as exportações ou importações, que estão mais sujeitas a fatores econômicos".

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