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Os dados da indústria em setembro acionaram um sinal de alerta: a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) caiu pelo segundo mês consecutivo, indicando retração dos investimentos na economia.

Em setembro, a queda foi de 0,6% na comparação com agosto, quando a taxa havia sido negativa em 0,4%.

O resultado de setembro reflete a retração de 4,8% na fabricação de máquinas e equipamentos, a de maior impacto na taxa global da indústria, segundo o IBGE.

Para André Macedo, economista do IBGE, os dados mostram a retração dos investimentos, mas revelam ainda a queda de bens de consumo.

É que, diz, o setor de máquinas e equipamentos engloba também os eletrodomésticos de linha branca, cuja produção recuou na esteira da perspectiva do fim do IPI reduzido em agosto. Isso, afirma, provocou uma antecipação de compras naquele mês.

Com a retração também da produção de veículos de agosto para setembro (-0,7%), a fabricação de bens de consumo duráveis caiu 1,4% na mesma base de comparação.

"O mês de setembro ficou caracterizado pelo menor dinamismo do setor industrial e, em parte, foi reflexo de uma antecipação de consumo diante da previsão do fim do IPI reduzido", disse Macedo.

Segundo Macedo, o maior número de dias úteis em agosto -quatro dias a mais do que setembro- também explica a "maior intensidade" da queda em setembro. O economista ressalva, porém, que de todo modo a produção seria mais baixa em setembro, apesar desse efeito.

Para Macedo, a indústria se acelerou de junho a agosto, mas os fatores que limitaram a expansão da indústria neste ano permaneceram e ainda repercutem no nível de atividade do setor. O economista citou os estoques maiores, a crise externa e a confiança reduzida de empresários.

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