O saldo comercial positivo registrado pela balança comercial até o dia 25 de outubro, de US$ 879 milhões, é resultado de uma queda de 15% nas importações, acompanhado ainda de queda nas exportações de 2,5%, ambos na comparação da média diária deste mês contra o mesmo mês de 2014.
Nas exportações, a média até a quarta semana de outubro é de US$ 777 milhões, ante US$ 796,9 milhões no ano passado. A baixa foi puxada pela retração na venda de produtos semimanufaturados (-13,7%, de US$ 121,9 milhões para US$ 105,2 milhões).
Destaque para as quedas nas vendas de ferro fundido, couros e peles, semimanufaturados de ferro/aço, alumínio em bruto, açúcar em bruto, ferro-ligas.
Houve recuo também nos embarques de manufaturados (-0,9%, de US$ 297,7 milhões para US$ 295,1 milhões), principalmente devido à retração nas exportações de açúcar refinado, autopeças, suco de laranja não congelado, óxidos e hidróxidos de alumínio, motores para veículos, laminados planos, máquinas e aparelhos para terraplenagem.
Por outro lado, houve aumento nas vendas de produtos básicos (+1,6%, de US$ 354,0 milhões para US$ 359,8 milhões), por conta de soja em grão, milho em grão, minério de cobre, farelo de soja, fumo em folhas, algodão em bruto.
Na comparação com setembro, houve aumento nas exportações de 1%, com alta na venda de básicos (+5,5%, de US$ 341,1 milhões para US$ 359,8 milhões), mas redução nas exportações de manufaturados (-2,1%, de US$ 301,4 milhões para US$ 295,1 milhões) e semimanufaturados (-3,0%, de US$ 108,5 milhões para US$ 105,2 milhões).
Importações
Pelo lado das importações, a média diária até a 4.ª semana de outubro/2015 foi de US$ 722 milhões, 14,9% abaixo da média de outubro/2014 (US$ 848,2 milhões). Caíram as compras principalmente de siderúrgicos (-35,1%), equipamentos elétricos e eletrônicos (-30,9%), veículos automóveis e partes (-29,4%), plásticos e obras (-26,4%), instrumentos de ótica e precisão (-20,8% e equipamentos mecânicos (-18,7%).
Na comparação a setembro, houve aumento de 14,8% nas importações, principalmente de combustíveis e lubrificantes (+83,5%), químicos orgânicos/inorgânicos (+34,3%), equipamentos mecânicos (+12,5%) e farmacêuticos (+3,4%).
Mercado piora previsão para PIB neste ano
Estimativa para 2016 se aproxima de uma queda de 1,5%
O Relatório de Mercado Focus trouxe mais revisões para o Produto Interno Bruto (PIB) deste e, principalmente, do próximo ano. De acordo com o documento divulgado na manhã desta segunda-feira, 26, pelo Banco Central, a perspectiva de retração da economia este ano passou de 3,00% para 3,02% - um mês antes estava em queda de 2,80%. Para 2016, a mediana das previsões saiu de -1,22% para -1,43%. Quatro semanas atrás estava negativa em 1,00%.
Segundo o IBGE, o PIB brasileiro caiu 2,6% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro e 1,9% ante o mesmo período de 2014. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC revisou de -1,1% para -2,7% a estimativa para a retração econômica deste ano.
No caso da produção industrial, não houve mudanças nas previsões para 2015 (a mediana das expectativas seguiu em baixa de 7,00%), mas a mediana das estimativas para 2016 passou de -1,00 para -1,50%. Há quatro semanas, as medianas destas previsões eram de, respectivamente, -6,65% e -0,60%.
Já a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, a projeção dos analistas passou por ajustes. Para 2015, subiu de 35,65% para 35,85% - quatro edições antes estava em 36,10%. Para 2016, a taxa foi mantida em 39,20% - um mês antes estava em 39,35%.
Superávit comercial
O Relatório Focus mostra, ainda, que a mediana das estimativas para o superávit da balança comercial de 2015 subiu de US$ 13,20 bilhões para US$ 14 bilhões de uma semana para outra. Quatro boletins atrás, estava em US$ 11 bilhões. Para 2016, o ponto central da pesquisa passou de US$ 25 bilhões para US$ 26,30 bilhões de uma semana para outra - quatro edições atrás do documento, estava em US$ 23,50 bilhões.
No caso das previsões para a conta corrente, o mercado financeiro fez alterações menores desta vez: a expectativa de um déficit de US$ 65,00 bilhões foi mantida (quatro semanas atrás, a projeção era de déficit de US$ 70 bilhões) e, para 2016, a perspectiva de saldo negativo saiu de US$ 47,75 bilhões para US$ 46,35 bilhões - um mês antes estava em US$ 55 bilhões.
Com esse movimento de redução, os analistas consultados semanalmente pelo BC estimam que o ingresso de investimentos para o setor produtivo já poderá cobrir integralmente o resultado deficitário em 2016, como já prevê o Banco Central para este ano. Nos últimos meses, segundo participantes, os analistas tentam reestimar as projeções levando em consideração a mudança de metodologia da nota do setor externo, em abril.
A mediana das previsões para o novo Investimento Direto no País (IDP) foi mantida tanto no caso de 2015 (US$ 62,50 bilhões) quanto no de 2016 (US$ 60 bilhões). Quatro semanas antes, essas medianas eram de US$ 65 bilhões e de US$ 62,30 bilhões, respectivamente.
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