• Carregando...
Supermercado em Curitiba: preço de alimentos ainda sobe, mas com menos força | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Supermercado em Curitiba: preço de alimentos ainda sobe, mas com menos força| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Benefício

IPI menor de caminhões é prorrogado

O governo decidiu manter por mais seis meses (até 31 de dezembro) as alíquotas reduzidas ou zeradas do IPI para caminhões, tratores e veículos comerciais leves.

Também foi prorrogada a desoneração de uma série de bens de capital, como bombas, congeladores, refrigeradores industriais e silos para armazenagem de grãos. Todos esses bens teriam suas alíquotas de IPI recompostas a partir de 1.º de julho. No caso de caminhões, tratores e reboques, que estão com alíquotas zeradas desde dezembro de 2008, haveria a incidência de 5% a partir do próximo mês.

Os veículos comerciais leves (caminhonetes) passariam a pagar entre 8% e 10%, dependendo do tipo. Atualmente, a alíquota de IPI é de 4%. De acordo com a Fazenda, a prorrogação das medidas de desoneração terá impacto fiscal de R$ 775 milhões no prazo de seis meses. "O objetivo das medidas é estimular esses setores que começaram a se recuperar tardiamente da crise. Além disso, trata-se de bens de capital, não de luxo ou de consumo", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Importação

O governo também anunciou que atenderá o pedido da indústria automobilística de adiar o fim do redutor de 40% que hoje é aplicado sobre o Imposto de Importação de autopeças sem similar no país. O redutor será zerado de forma escalonada até maio do ano que vem.

Folhapress

  • Confira a variação anual do volume de vendas (em %)

Sob impacto da alta dos preços dos alimentos, as vendas do comércio varejista interromperam uma sequência de três meses em expansão e registraram queda recorde de 3% em abril ante março. Trata-se do maior tombo da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2000. No Paraná, a retração foi ainda maior, de -4,6%. Mas, apesar de surpreender os analistas – que esperavam uma retração entre 0,8% e 2,5% –, ainda é cedo para se falar em uma desaceleração da economia. Além da inflação nos produtos alimentícios, o fraco desempenho das vendas em abril pode ser avaliado como um efeito de acomodação após a extinção do IPI reduzido sobre veículos novos e móveis.

Paraná

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o setor cresceu 6,7% no Paraná. O resultado é o 22º pior entre os 27 estados da federação. Ainda assim, fica à frente do desempenho dos outros dois estados da Região Sul; na mesma base de comparação, o Rio Grande do Sul teve crescimento de 6,3% e Santa Catarina, de 5,4%.

Já no acumulado dos quatro primeiros meses do ano, as vendas do varejo paranaense acumulam alta de 11,6%, contra 11,8% de média no resto do país.

No confronto com março, cinco das oito atividades pesquisadas registraram queda, com destaque para hiper e supermercados (-0,7%), que têm o maior peso na composição do indicador.

Apenas os segmentos de tecido, vestuário e calçados (2,2%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,5%) tiveram resultados positivos na comparação mensal. Já o segmento de equipamentos e materiais de escritório e informática teve o pior desempenho, com redução de 10,5% no volume de vendas.

Para o técnico da coordenação de comercio e serviços do IBGE, Reinaldo Pereira, a queda recorde não significa uma inflexão na trajetória de crescimento do setor. "Os dados na série com ajuste sazonal são muito ‘nervosos’, por isso é importante olhar o resultado da média móvel trimestral, que registrou aumento em abril", avalia.

Carlos Thadeu de Freitas, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), afirma que os três primeiros meses do ano marcaram o período de pico das vendas e a desaceleração já era esperada. Ele diz, porém, que o crédito se mantém firme, e o mercado de trabalho, aquecido ­– fatores que sustentarão um crescimento na faixa de 10% das vendas do varejo neste ano. Nem a alta dos juros, afirma, impedirá o bom desempenho do setor.

Uma prova disso, para Freitas, é que o varejo sustenta taxas elevadas de expansão na comparação com 2009 – quando driblou a crise e cresceu 5,9%. No ano, o setor acumula alta de 12%.

Inflação

O IBGE considera que os resultados de abril foram influenciados pelos recentes aumentos nos preços dos alimentos. Mais um indicativo de que o comércio já pode ter voltado a crescer: desde março, a inflação dos alimentos vem desacelerando – passou de 3,73% em março para 1,72% em abril e 0,62% em maio, de acordo com o boletim do Laboratório de Economia e Finanças da Universidade Positivo, que acompanha o índice na região metropolitana de Curitiba.

O IBGE também divulgou ontem as vendas do comércio varejista ampliado, que incluem as atividades de veículos e motos e material de construção. Elas registraram queda de 4,7% em abril ante março. Nessa base de comparação, houve retração em veículos e motos (-11,7%) e material de construção (-0,9%).

Fecomércio-PR aponta efeito calendário como outro "culpado"

A pesquisa do IBGE corrobora as tendências apontadas pelo levantamento divulgado há uma semana pela Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio-PR). Entretanto, pela análise da entidade – que utiliza metodologia semelhante à do IBGE –, a queda das vendas no varejo paranaense em abril foi de 8,15%.

O desempenho negativo foi puxado pelas baixas nos setores de autopeças (-13,89), materiais de construção (-10%), concessionárias (-9,98%) e supermercados (-9,89%).

Calendário

De acordo com o assessor econômico da Fecomércio-PR, Vamberto Santana, o desempenho das vendas em abril foi comprometido pelo menor número de dias úteis, 24 em abril ante 27 em março, além do movimento de acomodação do perfil de gastos das famílias.

Boa tendência

O economista ressalta que a comparação com abril de 2009 (9,82%) e o acumulado do ano (9,54%) demonstram uma tendência de crescimento do comércio do Paraná. "Em síntese, permanecem as boas expectativas para o varejo paranaense em 2010, que possui os seguintes fatores de estímulo: agilização de obras públicas em final de governo; ocorrência de gastos típicos de ano eleitoral; e a realização da Copa do Mundo, que gera uma demanda associada e específica de produtos e serviços", avalia Santana.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]