A questão fiscal vai ser crucial nos debates das próximas eleições presidenciais, que acontecem em 2026, destacou o economista-chefe do BTG Pactual e ex-secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, durante mesa-redonda sobre contas públicas nesta quinta-feira (15) na sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). O evento, que faz parte da comemoração dos 80 anos da entidade empresarial, contou com o apoio da Gazeta do Povo.
Também participaram o ex-presidente Michel Temer e o presidente do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo, Jorge Gerdau Johannpeter. O debate foi mediado pela jornalista Thais Herédia.
Dados do Banco Central (BC) mostram que, nos 12 meses encerrados em junho, o resultado primário (gastos do governo, excluídas as despesas com juros da dívida pública, menos a arrecadação) foi deficitário em 2,44% do PIB. Ao fim do governo de Jair Bolsonaro (PL), em dezembro de 2022, havia um superávit de 1,25%.
O endividamento público também vem aumentando: em junho, atingiu 77,8% do PIB, o nível mais alto desde fevereiro de 2022. Essa trajetória ascendente da dívida tem gerado grandes preocupações no Comitê de Política Monetária (Copom) e no mercado financeiro.
São velhos erros que estão sendo repetidos. "Tivemos uma crise aguda na economia por causa de erros sucessivos de política econômica entre 2008 e 2015", afirma o economista do BTG Pactual. Um dos reflexos foram dois anos consecutivos, em 2015 e 2016, de queda no PIB. Algo similar só ocorrera em 1930 e 1931, como decorrência do crash da Bolsa de Valores de Nova York, que aconteceu em 1929.
Mansueto diz que a questão fiscal precisa ser retomada, sob pena de afetar mais a atividade econômica. "O empresário não olha para o curto prazo na hora de tomar decisões. Ele mira em um horizonte que pode chegar a 20 anos"
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