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Salomão Soifer, se considera “atrevido” por apostar em um negócio do tamanho do Pátio Batel | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Salomão Soifer, se considera “atrevido” por apostar em um negócio do tamanho do Pátio Batel| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Entrevista "Curitiba não tem espaço para novos shoppings"

Salomão Soifer, presidente do Grupo Soifer

Enquanto alguns shoppings de Curi­­­tiba aguardam alvarás para sair do papel, o Pátio Batel já está na reta final da sua construção. Com investimento de R$ 280 milhões, o empreendimento do Grupo Soifer deve ficar pronto ainda no primeiro semestre de 2013. Salomão Soifer, presidente do grupo, se considera "atrevido" por estar construindo um empreendimento deste tamanho, pois, segundo ele, não há mais espaço para novos shoppings na cidade, contando com os já anunciados. Como um dos diferenciais de seu projeto, Soifer cita as 15 marcas internacionais – "caso contrário, não teríamos arriscado".

Como o senhor analisa o setor de shoppings em Curitiba?

Nós temos um shopping com diferenciais, em uma posição privilegiada. Fomos atrevidos de fazer como fizemos, mas sabemos que ali há potencial, por ser uma região de maior poder aquisitivo, e porque temos diferenciais em relação a outros empreendimentos. Os quatro shoppings previstos vão ser bem-sucedidos, mas não há mais espaço para outros empreendimentos em Curitiba, assim como outras grandes capitais. Falo isso do alto dos meus 40 anos de experiência no setor.

Isso confirma a tese de que cada vez mais os investidores vão buscar o interior para abrir seus novos shoppings?

Sim. Nós abrimos o primeiro shopping de São José dos Pinhais, na região metropolitana. Até então, não havia nem cinema na cidade. Os empreendedores estão descobrindo novos filões fora dos grandes centros, indo para o interior atrás das oportunidades. No momento, o Grupo Soifer não tem planos para ir ao interior, mesmo porque fizemos um grande investimento em Curitiba.

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Em Ponta Grossa e Foz do Iguaçu, outros negócios são alvo de especulação

João Pedro Schonarth e Derek Kubaski

Em Ponta Grossa, um shopping às margens da BR-376, de R$ 250 milhões, segue em especulação. O grupo catarinense Orion Construtora, proprietário do Shopping Balneário Camboriú, que iria construir o shopping, afirmou que não trabalha mais no projeto. A prefeitura de Ponta Grossa confirma que a negociação ocorreu, mas que os investidores não ficaram com o terreno.

Há ainda um rumor sobre a construção de um novo shop­ping do Grupo Tacla em Foz do Iguaçu. O Jornal de Itaipu Eletrônico, da Itaipu Binacional, noticiou que o grupo teria adquirido uma área em frente ao Hotel Mabu, na Rodovia das Cataratas, onde construiria um shopping de grande porte e também um hotel. O Grupo Tacla não se posicionou.

A expansão de shoppings centers no Paraná movimenta R$ 1,6 bilhão em investimentos no estado, entre centros comerciais recém-inaugurados, a serem abertos e previstos para os próximos anos. Ao todo, são nove empreendimentos confirmados, sendo cinco em Curitiba, e outros dois em "fase de rumores", um em Ponta Grossa e outro em Foz do Iguaçu – em Londrina, o Londrina Norte Shopping acaba de ser inaugurado.

Veja a localização dos novos shoppings

O valor investido por grandes grupos no setor de shoppings centers – que, segundo o mercado, custam, em média, R$ 200 milhões cada – é maior que o de R$ 1,5 bilhão anunciado pela Renault para a ampliação de sua fábrica de São José dos Pinhais. E é o interior do estado que vive uma efervescência no setor.

Londrina, ao Norte, ganhou um novo empreendimento no início de novembro, o Londrina Norte Shopping. Além disso, a segunda maior cidade do Paraná vê outros dois centros de compras serem construídos: o Boulevard Londrina Shopping, que deve ficar pronto até o segundo trimestre de 2013, ao custo de R$ 212 milhões; e o Aurora Shopping, com previsão de inauguração em dezembro de 2014, com investimento de R$ 100 milhões.

O Oeste do estado também vai ganhar um grande empreendimento. As obras para a construção do Catuaí Shopping Cascavel já começaram e o centro de compras, que deve ser inaugurado em novembro de 2013, promete ser uma opção para 46 cidades do entorno de Cascavel, com uma população de cerca de 945 mil habitantes.

Diferentemente dos shop­pings das capitais, que têm um apelo muito forte na sua vizinhança, os shoppings do interior têm um potencial para se tornarem referência na região. Mariane Wiederkehr, diretora regional da BR Malls, que comercializa o Londrina Norte Shopping e o Catuaí Shopping Cascavel, explica os fatores que levam à construção de um empreendimento em determinada localidade. "O grupo leva em consideração o potencial de consumo, a renda local e o número de habitantes. No nosso caso, trabalhamos com a linha de corte de cidades entre 200 mil e 250 mil moradores", ressalta.

Para Waldir Chao, diretor de Operações da Sonae Sierra Brasil, que vai operar o Boulevard Londrina Shopping, primeiro empreendimento do grupo no Paraná, a interiorização dos shoppings é uma tendência no país. "Em comparação com os mercados desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá e até Europa, no Brasil ainda existe muito espaço para novos shoppings centers. Sempre levamos em conta não apenas a cidade em que o empreendimento será construído, mas toda a área de abrangência", avalia.

Em Curitiba, cinco novos centros à vista

Na capital paranaense, a novidade, revelada na última semana pela Gazeta do Povo, é o Botânico Plaza Shopping, que vai ser construído no bairro Cristo Rei, ao custo de R$ 20 milhões, no mesmo terreno do Condor, que será a loja âncora do empreendimento. Os investidores serão a Total Empreendimentos e a EZ. Serão 250 lojas e a previsão de conclusão é outubro de 2013.

Outro empreendimento da Total Empreendimentos, junto com o Grupo Massa, do apresentador Ratinho, é o Park Shopping Boulevard, que será construído na Linha Verde, no Xaxim. A previsão era que o shopping começasse a ser construído em abril deste ano e fosse concluído no fim de 2014. Mas os planos mudaram para outubro de 2015. "Não tínhamos o projeto aprovado para participarmos do primeiro leilão de Cepacs e agora aguardamos o novo leilão, que deve acontecer no início do ano que vem", explica Michel Gelhorn, dono do Shopping Total. Cepacs são os Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) da Linha Verde, comercializados na Bovespa – o primeiro leilão ocorreu em junho.

Outro shopping que teve os planos mudados foi o Atuba. "A obra está prevista para depois de março de 2013. Estamos dependendo de uma licença prévia para depois recebermos o alvará para a construção", ressalta Félix José Strobel Junior, diretor-presidente do Atuba Mall Participações.

Cotado para ser o maior shopping de Curitiba, o Jockey Plaza, no Tarumã, terá 460 lojas. O empreendimento deve ficar pronto 30 meses depois da liberação do alvará, mas o Grupo Tacla não disse se a documentação foi liberada.

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