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Interior de um dos 150 apartamentos do Mabu & Resort inaugurados no início deste ano | Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
Interior de um dos 150 apartamentos do Mabu & Resort inaugurados no início deste ano| Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo

30 voos/dia

é quanto o Aeroporto Internacional das Cataratas recebe hoje. Em cinco anos, o plano da Infraero e do Fundo Iguaçu é de mais que triplicar este número.

27 mil pessoas

por dia é quanto todo sistema hoteleiro de Foz do Iguaçu poderá receber em 2014, quando todos os investimentos previstos tiverem sido realizados.

Novo perfil

Bairro de Vila Portes trocou os sacoleiros por turistas

Os investimentos na hotelaria não se resumem aos estabelecimentos de luxo. Hotéis das categorias uma e duas estrelas também se modernizaram para atender o turista e cobram diárias médias de R$ 150.

Esta é uma realidade evidente na Vila Portes, bairro situado nos limites com o Paraguai. Nas décadas de 1980 e 1990, a Vila Portes foi um cenário perfeito para o "comprismo" – prática de adquirir mercadorias para revenda. Por isso, hotéis voltados para sacoleiros eram o forte da hospedagem no bairro. Em alguns estabelecimentos, os hóspedes nem pernoitavam. Usavam os cômodos para tomar banho, enquanto os ônibus eram carregados com produtos do Paraguai.

Hoje, a maior parte desses estabelecimentos está repaginada. Com a queda do fluxo de sacoleiros em direção à fronteira, os hotéis passaram a atender o turista ou se tornaram alojamentos provisórios para estudantes da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

A história do Hotel Portinari faz parte desta nova realidade. Lucian Ferreira, responsável pelo setor de reservas e mídias sociais do estabelecimento, diz que hoje o cliente do hotel é o brasileiro que vem a Foz com a família, compra no Paraguai , mas também visita as Cataratas e o Parque das Aves. "O pessoal vem para comprar para si mesmo e não mais para revender", afirma. Ferreira lembra que na década de 1990 os hóspedes do hotel nem pensavam em conhecer as Cataratas porque o objetivo da viagem era um só – ir para o Paraguai.

Para se enquadrar na atual categoria, o hotel passou por reforma. Quartos foram remodelados e a mobília trocada. Até a construção de uma piscina faz parte do projeto. Com TV a cabo e wi-fi, os hotéis colhem frutos da nova fase do turismo na cidade.

  • Fachada de uma nova ala do Mabu & Resort, onde foram investidos R$ 30 milhões

A cidade que tem uma das Sete Maravilhas da Natureza, as Cataratas do Iguaçu, caiu no gosto dos empresários hoteleiros. Conforme dados da Secretaria Municipal de Turismo, Foz do Iguaçu receberá entre 2012 e 2014 investimentos de R$ 253 milhões no setor. Serão 6.694 novos leitos de hotéis, a maioria nas categorias luxo e superior. A abertura de novas portas na hotelaria habilitará a cidade a hospedar em 2014, em plena Copa do Mundo, um total de 27 mil pessoas em um só dia.

Entre os empreendimentos, há novas bandeiras e redes. Na região central, próximo a restaurantes e bares, estão em construção o Hotel Ibis e o Hotel Porto Madero. O centro ainda terá estabelecimentos das redes Bristol e Bourbon, que inaugura um segundo hotel em Foz, o Bourbon Rio, voltado para executivos. Na Avenida das Cataratas, corredor turístico de Foz com acesso ao Parque Nacional do Iguaçu, está em obras um hotel da rede Hampton. Na área ainda será construído um outro hotel na categoria luxo, com shopping center, cujo nome ainda é mantido em sigilo.

Os investimentos não param por aí. Estabelecimentos com tradição na cidade também apostam em reformas e ampliações. O Hotel Mabu & Resort, que já oferecia 208 apartamentos, inaugurou mais 150 no início deste ano, em um montante de R$ 30 milhões. Outros R$ 100 milhões serão aplicados a partir de 2013 na construção de 20 residências dentro do próprio hotel, segundo o presidente do Conselho de Administração do Grupo Mabu, José Maria Abujamra. O sistema, chamado fractional, permite que o cliente passe até cinco semanas na casa.

Atratividade

Uma série de fatores levou Foz do Iguaçu a ganhar a confiança dos investidores. O ampliação da malha aérea – hoje a cidade tem cerca de 30 voos diários –, a estabilidade econômica do país e os investimentos dos últimos anos em divulgação e infraestrutura contaram ponto para o destino turístico. "São poucas as cidades com potencial turístico que estão estruturadas", diz o presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (Sindfoz), Carlos Silva. Na análise de Silva, Foz se preparou para chegar no atual patamar.

Atualmente, a cidade tem cerca de 22 mil leitos de hotéis, a 6º. maior estrutura do país. Ano passado, 1.394.187 de turistas passaram pelo Parque Nacional do Iguaçu, o principal atrativo de Foz.

Aeroporto da cidade pode ser ‘hub’ do Mercosul

Fabiula Wurmeister, da sucursal

Terceira cidade do país mais procurada por estrangeiros que visitam o Brasil, Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, pode se tornar a porta de entrada para a América Latina. A proposta de transformar o aeroporto iguaçuense em um hub – local que concentra a conexão para outros destinos – do Mercosul e países andinos para o restante do mundo pode começar a sair do papel logo após a Copa do Mundo de 2014.

Com 30 voos regulares atualmente, o terminal viu o interesse das companhias aéreas triplicar em menos de cinco anos, resultado dos investimentos em divulgação e em melhorias da estrutura hoteleira e dos próprios atrativos. Outra vantagem e que está na mira do trade local é a posição estratégica que a cidade ocupa e que permite a rápida ligação por Lima ou Santiago com os Estados Unidos, Austrália, China e Japão.

Assinado no mês passado entre a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e o Fundo de De­senvolvimento e Promoção Turística do Iguaçu (Fundo Iguaçu), o acordo de cooperação entre as duas entidades marcou o início da concretização do projeto. O primeiro passo será a revisão do Plano Diretor do Aeroporto Internacional das Cataratas, o que garante a previsão de investimentos para até 25 anos.

Recursos na ordem de R$ 540 mil custeados pela Itaipu Binacional, prefeitura de Foz do Iguaçu, Governo do Paraná e trade turístico local serão empregados na contratação de uma empresa especializada para a reformulação do plano no prazo de seis meses. O Fundo Iguaçu também doará os projetos básicos e executivos para reforma e ampliação do terminal.

Além das obras em andamento desde abril e que devem consumir cerca de R$ 65 milhões em 18 meses para o aumento da capacidade de operação, hoje no limite, em 40%, a expansão do aeroporto prevê novos terminais de cargas e de passageiros com cinco fingers, uma nova pista de pouso e decolagem com 3 mil metros de extensão, hangares para voos executivos e regionais, acesso viário reformulado e duplicação do pátio de aeronaves.

Segundo o presidente do Fundo Iguaçu, Gilmar Piolla, as obras de modernização estimadas em R$ 500 milhões e que podem resultar de uma parceria público-privada (PPP) dariam condições ao aeroporto para receber cerca de 100 voos diários, mais que o triplo do que se tem hoje. Com a estrutura tanto para aeronaves como para passageiros e cargas, o terminal operaria de forma confortável por mais 50 anos.

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