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Aos olhos dos investidores estrangeiros, o investment grade é uma espécie de garantia de menos risco. Significa que eles estão diante de empresas capazes de honrar seus compromissos financeiros, mesmo que o país enfrente uma crise econômica ou venha a controlar o fluxo de capitais. Por isso, com o rating, as empresas brasileiras passam a disputar a atenção dos maiores, e melhores, investidores institucionais do mundo. Muitos deles mantêm estatutos que os obrigam a só comprar papéis com essa classificação – como vários fundos de de pensão norte-americanos, por exemplo.

Além disso, o rating diminui o custo de captação para as empresas. Como são consideradas sólidas, elas obtêm empréstimos no mercado externo com juros menores que as demais, que estão em grau especulativo (como é o caso dos títulos do governo brasileiro) ou sem classificação alguma.

Para o gerente de relações com investidores da Ambev, Fernando Tennenbaum, as vantagens trazidas pelo grau de investimento ao longo de quase três anos são bastante claras e significativas para a companhia. Ele cita, por exemplo, a emissão de debêntures feita pela companhia no ano passado. "A demanda foi muito alta, os preços muito atraentes e taxa de juros bastante justa."

O diretor corporativo de finanças da Votorantim, Luís Felipe Schiriak, diz que um dos objetivos da companhia, ao chegar ao grau de investimento, era justamente ter acesso a um novo universo de investidores. "Antes estávamos restritos àqueles dispostos a investir em alto risco."

O rating também permitiu à Votorantim, a partir do início de 2006, substituir captações antigas por financiamentos de custo bem menor. "O mercado é bastante ágil, com alternativas para diminuir custos e alongar prazos", diz Schiriak. Em outra ponta, isso significa também um cenário mais otimista para viabilizar investimentos, já que os custos diminuem.

Para o diretor, a entrada do Brasil no investment grade deve melhorar ainda mais a situação. "Não vamos ter custos de captação ainda mais baixos. Esse benefício já temos. Mas ainda há investidores que não aplicam em empresas brasileiras porque o país não tem o grau." (CS)

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