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O programa de realidade virtual Second Life (SL) imita o ambiente e a vida de verdade, mas acrescenta algumas características um tanto surreais. O usuário começa criando um personagem que será sua representação neste mundo, o chamado "avatar". Ele pode então mudar sua roupa e aparência, da maneira que quiser e quando quiser, o que dá espaço para a criação de um alter-ego perfeito – o que pode ser visto como uma válvula de escape para os desejos do jogador em uma "segunda vida" (daí o nome do programa) – ou ainda um ser irreal, com asas e cabeça de raposa, para dar um exemplo. Depois desta etapa é possível explorar os locais existentes, que são vários e não param de aumentar, já que podem ser criados pelos próprios usuários de maneira simples e rápida. Na verdade, quase tudo que está lá foi feito pelos jogadores. O personagem vai então andando, voando ou mesmo se teleportando para onde quiser.

O legal é que a pessoa pode ter uma vida tão ou mais ativa do que sua vida real. Há sempre algum evento ocorrendo em algum lugar, que é mostrado no mapa. Existem inúmeras atrações para se distrair, como restaurantes, bares, cinemas (com filme mesmo), clubes e diferentes jogos online, além de comunidades para participar e sites para visitar. Ou seja, há links de dentro do SL para a internet e vice-versa. Assim que entra em uma comunidade, o usuário passa a receber e-mails sobre os assuntos que estão sendo discutidos pelos participantes. Também estão lá lojas de tudo que é tipo. Para quem quiser virar um residente, é preciso começar a trabalhar ou montar um negócio próprio para ganhar os Linden Dollars, a moeda corrente local, o que permite alugar um quarto ou mesmo comprar um terreno para construir uma bela casa.

De acordo com a Linden Lab, já se cadastraram no SL 2,7 milhões de pessoas de 100 países diferentes, com idades que variam de 18 a 85 anos (também existe uma versão só para crianças, já que há conteúdo adulto de fácil acesso na versão principal). Destes, cerca de 70 mil são brasileiros. A média de usuários diferentes online, no entanto, gira pelos 300 mil por semana.

Um dos que já entraram no mundo virtual do SL é o professor de inglês Vitor Hugo Mendes, de Curitiba, 29 anos, que criou seu avatar, o Hugh Redgrave, no começo deste mês, apesar de achar que o programa poderia ser uma besteira. "Fiquei sabendo sobre ele na academia, mas achei um absurdo esse negócio de usar dinheiro de verdade. Daí fiz minha inscrição e quando vi já estava dentro", lembra, bem humorado.

Depois, o mais novo integrante do SL foi passear quando certa vez achou uma discoteca, onde conheceu gente nova e começou a conversar. "Fazia uns cinco dias que estava lá [no metaverso] quando uma pessoa perguntou se eu queria alugar um quarto. Eu aceitei e nos teleportamos para o condomínio dela. Agora quero ter um lugar para morar e não ser vagabundo, como eles chamam quem não faz nada", continua e logo dá mais uma risada, lembrando que até parece que não tem nada para fazer. Mesmo assim, Mendes já cogitou comprar alguns Linden Dollars para manter sua segunda vida. "Pensei em gastar uns R$ 20 por mês, porque daí já dá para pagar o aluguel."

Serviço: Entre no Second Life pelo site www.secondlife.com

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