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O feirante Adriano Matucheski: como ele mesmo produz o que vende, preços oscilam menos | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
O feirante Adriano Matucheski: como ele mesmo produz o que vende, preços oscilam menos| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Se depender de alimentos como o tomate e a batata – protagonistas entre "tubérculos, raízes e legumes" no IPCA-15, grupo que subiu 6,56% em abril em Curitiba – a inflação dos próximos meses tende a ser ainda maior. O tomate teve alta de 15,3% na capital do estado neste mês, apesar de ter sido registrada queda de 4,56% em âmbito nacional. Porém, o produto acumula baixa de 20% no ano no estado; ou seja, ainda está abaixo do preço médio. Os produtores avisam: com a aproximação do inverno, os hortifrutigranjeiros terão a oferta reduzida e deverão sofrer novos reajustes.

O IPCA reflete o consumo médio, ou seja, a porção média que a população consome de cada produto. Nas feiras livres, os índices de aumento vão bem além dos verificados no tomate. Quem consome mais cebola, por exemplo, sentiu impacto ainda maior do grupo "tubérculos, raízes e legumes" em seu orçamento.

No auge da entressafra, o produto pode ter de ser trazido até da Argentina, relata o feirante Mario José Biernaski, que revende alimentos da Ceasa de Curitiba. O transporte encarece o preço do tempero. Segundo a pesquisa de varejo da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a cebola está 15% mais cara do que em março e 56% acima dos patamares de preços de um ano atrás.

Uma saída para quem quer escapar da inflação é comprar diretamente do produtor. Ao menos é o que anuncia o agricultor e feirante Adriano Matucheski. "Os preços aqui não mudaram tanto. A gente mesmo que produz", disse ele ontem, na feira do bairro Santa Felicidade. Quem revende produtos da Ceasa tem de repassar os preços imediatamente ao consumidor quando ocorre reajuste nas tabelas, relata Matucheski. "Na revenda, tudo é custo."

Sobe e desce

As oscilações são bastante comuns entre os alimentos que vêm da horta. Altas acima de 100% ocorrem de uma hora para outra. A agricultora e comerciante Teresinha Tessari contou que, no caso da abobrinha, a abundância se transforma em escassez em apenas uma semana. Quando a produção própria terminar, com a chegada do frio, ela vai comprar o legume na Ceasa para revender. O preço dobrou nas últimas semanas, chegando a R$ 4 por quilo, e deve continuar em alta.

Quem tem um cardápio que corresponde ao mensurado pelo IPCA leva vantagem no consumo da batata, que para o paranaense é tão importante quanto o tomate. O tubérculo tende a apresentar menor variação de preço com a chegada do inverno. Os produtores explicam que, como se desenvolve embaixo da terra, o vegetal sofre menos com a ocorrência de geadas.

Colaborou Igor Castanho, especial para a Gazeta do Povo.

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