Receita Federal tem 15 mil processos parados em Curitiba

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Curitiba – Cerca de 15 mil processos estão parados na Receita Federal, em Curitiba, em função da greve dos técnicos, que já dura 60 dias, e dos auditores fiscais, que foi reiniciada ontem com duração de 96 horas. Os processos são referentes à obtenção de documentos ou registros, incluindo Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), Certidão Negativa de Débitos, atualização de cadastro e restituição do Imposto de Renda. Com a greve dos auditores, as empresas também não estão conseguindo a liberação de guias de importação e de exportação.

Por causa da greve, os empresários não estão podendo participar de licitações, ter acesso às mercadorias importadas, receber de órgãos públicos e até obter financiamento em bancos. Segundo o presidente do Sindicato dos Contabilistas de Curitiba, Narciso Doro, o maior problema hoje para as empresas é a dificuldade em obter o CNPJ. "Antes da greve, a liberação do cadastro demorava cerca de 15 dias. Agora está tudo parado e quem perde é o novo empresário, que está deixando de investir, gerar novos empregos e pagar impostos", diz.

O Sindicato dos Contabilistas de Curitiba entregou ao ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, no dia 8 de outubro, um projeto que visa à abertura e alteração das empresas pela internet. Na avaliação de Doro, que condena os problemas que as burocracias causam às empresas, a implantação do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica on-line seria um grande avanço. "O projeto visa desvincular a obtenção do cadastro aos funcionários", explica.

Os técnicos grevistas da Receita Federal estão em greve para exigir os mesmos direitos dos auditores fiscais. "Nós queremos o reconhecimento das nossas efetivas atribuições e pedimos que, com a união das Receitas Federal e Previdenciária, passemos a ser denominados de auditores técnicos", afirma a secretária do Sindicato dos Técnicos da Receita Federal de Curitiba (Sindireceita), Lucimara dos Santos Canalli. "Mais para frente, com as futuras promoções de carreira, queremos igualar o nosso salário ao dos auditores", diz. (MG)