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Poucos sobrenomes podem ser tão adequados a um empresário da panificação quanto o de Adelino Pereira Farinha. Seus pais, portugueses, desembarcaram em Araçatuba (SP) em 1956 e logo abriram uma padaria. Nascido quatro anos depois, Adelino respirou o agradável cheiro de pão fresco desde pequeno. Decidido a abrir sua própria panificadora, ele chegou a Curitiba em 1992, com a Dom Farinha. Cinco anos depois, vendeu a loja e abriu, no Jardim Social, a Família Farinha.

A panificadora atual, que tem 300 metros quadrados, é bem maior. Mas mantém muitas características da anterior. Com ampla variedade – hoje são mais de 180 tipos de pães –, cafeteria, produtos de conveniência e muitos embutidos importados, de mostarda a geléias, a panificadora é quase um empório – e procura lembrar os antigos "secos e molhados" até na decoração.

Essa mistura faz com que a Família Farinha seja uma das padarias curitibanas que melhor sintetiza o novo modelo de panificadoras. Tipicamente brasileiro, aliás. A inspiração européia se restringe à grande variedade de pães. Segundo o "boulanger" francês Dominique Ecale, as padarias da França, por exemplo, são muito menores e se dedicam quase que exclusivamente a vender pães. No máximo, algum produto de confeitaria. Cafeteria e produtos de conveniência dentro de uma panificadora, como em terras tupiniquins, nem pensar.

Por aqui, as padarias que buscam se diferenciar investem em três conceitos, diz o consultor de varejo Eugênio Foganholo. "As panificadoras podem servir refeições, instalar uma cafeteria, oferecer produtos de conveniência – quase como um minimercado – ou tornar-se butiques de pães. Ou tudo isso junto." Tudo isso e até mais. A Prestinaria, localizada no Bigorrilho, serve até sorvete italiano, de produção própria, geralmente acompanhado do brownie – o doce mais vendido da loja.

Aberta há quatro anos, a Prestinaria nasceu do sonho da engenheira química Sandra Pupi de abrir uma panificadora. Teve a idéia quando morou na França e, na volta ao Brasil, foi tão bem-sucedida que jamais precisou fazer propaganda – para a gerente, Denise Lima, os melhores publicitários são os próprios clientes, que espalharam a novidade para todos os conhecidos.

Uma das principais atrações da Prestinaria é a cafeteria. As mesas que ficam logo na entrada são muito freqüentadas no início do dia, quando muita gente toma o café da manhã ali mesmo, e nos fins de semana – quando famílias, pela manhã, e jovens, no fim da tarde, passam horas ali comendo e conversando.

Nesse ponto está a importância de valorizar o ambiente da padaria. Para manter os clientes, o local não pode ter somente bons produtos e serviços: precisa ser aconchegante, agradável. A panificadora Saint Germain é uma das que investiram pesado nisso. A filial da rua Visconde de Guarapuava, no Batel, tem nada menos que 400 metros quadrados. Inaugurada em outubro, já recebe cerca de 600 clientes por dia, fluxo semelhante às outras três lojas do grupo, abertas entre 1988 e 1994 – duas ficam no Bigorrilho e uma no bairro paulistano do Itam Bibi.

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