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São Paulo (Folhapress) - O mercado financeiro teve ontem um dia de otimismo que não se via há muito tempo, repercutindo o anúncio feito na tarde de quinta-feira pelo Tesouro e pelo Banco Central sobre o processo de recompra de títulos da dívida externa brasileira. O risco-país caiu quase 11%, atingindo no fim dos negócios seu menor nível histórico: 228 pontos.

O dólar chegou a ser negociado a R$ 2,15, menor valor desde abril de 2001, e fechou a R$ 2,165, em baixa de 0,23%. A Bovespa chegou a subir 2,52% e fechou com alta de 0,25%.

No fim da tarde de quinta-feira, após o fechamento do mercado, o secretário do Tesouro, Joaquim Levy, e o diretor de Política Monetária do BC, Rodrigo Azevedo, anunciaram que o governo tem recomprado títulos da dívida externa antecipadamente. Neste ano, já foram resgatados US$ 2,3 bilhões. O processo de recompra poderá atingir US$ 20 bilhões (de um total de US$ 87 bilhões de dívida externa do governo federal).

Ao fazer isso, o governo eleva a demanda pelos papéis da dívida externa, o que força uma elevação no preço dos ativos pois investidores passam a procurar mais esses papéis com a intenção de revendê-los ao governo. O risco-país é calculado a partir da oscilação dos valores de uma cesta de títulos da dívida. Por isso, quando os preços dos papéis sobem, o risco-país recua.

Para Caio Santos, estrategista do BankBoston, o Brasil está seguindo o exemplo do México, que reduziu sua dívida externa, deu incentivos a estrangeiros para aplicarem em títulos do país e conseguiu, com o tempo, conquistar o "investment grade" (grau de investimento), que torna o país mais atraente aos investidores e reduz o custo dos empréstimos. Hoje o risco-país mexicano está em torno dos 115 pontos. Quanto menor o risco, melhores são as expectativas dos investidores em relação à solvência do país.

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