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Investimento

Telefonia móvel é alvo da Vivendi

Após comprar a paranaense GVT, o grupo de mídia francês Vivendi já surge como um potencial comprador no mercado brasileiro. De acordo com fontes, a empresa pretende investir pesado em telefonia móvel e tevê por assinatura, além de criar sinergias com serviços que envolvem "games" e música, segmentos em que a multinacional tem forte presença em vários países do mundo. "No exterior, a Vivendi é forte em telefonia móvel e tevê por assinatura. Na GVT, o foco ainda é telefonia fixa e banda larga. Com o Projeto de Lei (PL) 29, abre-se caminho para uma maior sinergia", diz a fonte.

A maior provedora de serviços de tevê a cabo nos EUA, a Comcast, anunciou ontem a compra do controle da NBC Universal, que inclui além do canal de tevê aberta, canais de tevê a cabo, estúdio de cinema e parques temáticos.

A operação foi vista nos EUA como o primeiro passo para um novo modelo no setor audiovisual ao reunir em uma única empresa a distribuição e a produção de conteúdo.

A NBC tinha como acionistas a GE, com 80%, e o grupo francês Vivendi, com 20%. O primeiro sinal de que o negócio, discutido há meses, seria concluído foi o anúncio nesta semana de que a GE fechou acordo para adquirir a parte da Vivendi, que recentemente comprou a paranaense GVT, por US$ 5,8 bilhões.

A Comcast terá participação de 51% na empresa. A GE ficou com 49% e, no futuro, poderá vender o resto para a Comcast. Na venda, a NBC teve seu valor estimado em US$ 30 bilhões.

Para se ter ideia da dimensão dessa nova empresa, uma joint venture entre Comcast e GE, a Comcast vai administrar ativos com receita de US$ 51 bilhões em 2008, mais que TimeWarner, Walt Disney ou NewsCorp.

A NBC é a quarta das redes de tevê aberta, setor que, nos EUA, sofre com queda de anunciantes e de audiência. Já as tevês a cabo seguem crescendo impulsionadas pelas mensalidades.

O negócio ainda depende de aprovação de órgãos reguladores. No comunicado ao mercado, a empresa estima obter a aprovação em um ano. No Congresso, a operação foi recebida com preocupação. O senador democrata John Kerry, de Massachusetts, disse que a combinação levanta algumas questões complexas. "Quando grandes empresas de mídia controlam conteúdo e distribuição, precisamos ter certeza de que os consumidores não serão deixados com menos conteúdo e preços mais altos."

A operação é o primeiro grande desafio para os reguladores no governo Obama.

O presidente da Comcast, Brian Roberts, afirmou que o acordo era "perfeito para a Comcast e permitirá que a empresa se torne líder em desenvolvimento e distribuição de mídia multiplataforma do tipo "a qualquer hora, em qualquer lugar', uma demanda dos consumidores americanos".

Ampliação

Não é a primeira tentativa da Comcast de estender sua atuação em conteúdo. Em 2004, tentou comprar a Walt Disney Company, mas não teve sucesso. Depois, passou a fazer investimentos mais modestos em conteúdo com a compra de canais esportivos e de tevê a cabo.

Na prática, alguns dos principais ativos da NBC Universal estão justamente nos canais a cabo, como USA, Bravo e SyFy, entre outros, além do estúdio de cinema Universal.Para viabilizar a operação, a NBC tomará emprestados US$ 9,1 bilhões com um grupo de bancos e distribuirá os recursos para a GE. A contribuição da Comcast para a operação é a inclusão dos negócios de programação e outros ativos, como sites na internet, que somados chegam a US$ 7,25 bilhões. Além disso, pagará cerca de US$ 6,5 bilhões em dinheiro.

Uma das áreas que deve receber atenção especial é a esportiva. A nova empresa deverá combinar os canais de esportes da Comcast com a operação de transmissão da NBC. O foco está nos direitos sobre eventos como as Olimpíadas e os jogos de futebol americano.

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