• Carregando...

Governo adia mais uma vez aumento de imposto de bebidas

O governo não vai ampliar a cobrança de impostos para cervejas, refrigerantes e demais bebidas frias neste ano, em mais um aceno ao setor privado em reta final de eleição. O setor foi avisado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em reunião ontem. Uma revisão da base de cálculo desses impostos federais – o que ampliaria o recolhimento de tributos – estava prevista para junho. Temendo impacto na inflação e tendo em vista a Copa do Mundo, o governo a adiou para setembro.

Segundo Fernando Rodrigues de Barros, presidente da Afebras (que representa fabricantes de refrigerantes), o governo e a indústria estão discutindo também mudança no modelo de tributação do setor, que hoje faz uma revisão anual da tabela de preços sobre a qual incidem impostos. Um grupo de trabalho com integrantes do governo e do setor privado está sendo montado para discutir o assunto. Não há perspectiva de que uma proposta saia ainda neste mandato.

Folhapress

Graças ao programa de parcelamento de tributos atrasados (Refis), o governo conseguiu fechar o mês de agosto com uma alta recorde de arrecadação. Com os R$ 7,1 bilhões pagos via Refis, a arrecadação chegou a R$ 94,3 bilhões no mês passado, uma alta real, descontada a inflação, de 5,5% na comparação com o mesmo mês de 2013.

Descontado o Refis, a Receita Federal registrou uma entrada de R$ 87,2 bilhões nos cofres em agosto, resultado 2,43% inferior em termos reais ao registrado em julho, quando também a arrecadação foi menor que junho. O governo escapou, assim, de anunciar a segunda queda real consecutiva.

O Refis é, hoje, a única forma de garantir uma arrecadação neste ano maior do que em 2013. Mesmo contra a vontade do corpo técnico do Fisco e do próprio secretário da Receita, Carlos Alberto Barreto, que afirmou, em 2012, ser contrário à reabertura de programas de parcelamentos de débitos.

Em razão do baixo ritmo da economia também, a adesão ao Refis pela modalidade de "pagamento à vista" dos impostos atrasados foi inferior ao estimado pelo governo. Apenas R$ 4,8 bilhões foram pagos à vista em agosto. Foi isso que frustrou as expectativas do governo para a arrecadação com o Refis no mês passado. Esperava-se R$ 13 bilhões, mas vieram apenas R$ 7,1 bilhões, dentro dos quais estão os R$ 4,8 bilhões.

A Receita manteve em 1% a sua projeção de alta real da arrecadação em 2014. Mas, se o desempenho do PIB for inferior ao avanço de 0,9% projetado pelo governo, nem o Refis será capaz de salvar a estimativa do Fisco.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]