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Parece contrassenso, mas a tendência de expansão das grandes redes pode até aumentar a competitividade dos grupos varejistas de pequeno e médio porte. É o que defende Eugênio Foganholo, diretor da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, consultoria especializada em varejo e bens de consumo. "Por um lado, a grande rede tem comunicação massiva e agressiva, economia de escala e pode oferecer preço mais baixo. Mas, por outro lado, as pequenas têm uma fonte de vantagem comparativa que é a capacidade de interpretar a demanda local, algo que as grandes não conseguem."

De fato, é pouco provável que um grande conglomerado possa entender as necessidades dos consumidores de Curiúva ou Ribeirão Claro melhor do que a Liberatti, que tem cinco décadas de experiência no Norte Pioneiro do Paraná. Assim como as preferências dos clientes de Capanema ou Cafelândia são mais conhecidas da Manica, que concentra sua atuação nas regiões Oeste e Sudoeste do estado. O mesmo raciocínio vale para redes com forte presença no Norte e Noroeste paranaense, como Romera, Darom e BJ Santos.

Márcio Pauliki, superintendente da MM Mercadomóveis, menciona outro ponto favorável às regionais: a parceria com os fornecedores. "É claro que eles vão buscar as grandes redes nacionais, com presença em todo o país. Mas não poderão ficar apenas nas mãos delas. Caso contrário, ficarão sem margem de negociação", diz.

É por esse motivo que os fabricantes de eletrodomésticos podem até estimular as redes pequenas e médias, avalia Geraldo Gonçalves, superintendente da Multiloja. "Para eles, é muito melhor um mercado pulverizado do que concentrado. Ninguém quer ficar refém de uma ou duas redes dominantes. Tanto que hoje há fabricantes de peso que optaram por não trabalhar com os maiores conglomerados."

Para o executivo, o varejo brasileiro ainda reserva muito espaço para pequenas e médias. "Desde que elas mantenham a agilidade nos processos e decisões, que é característica delas. Além disso, as grandes também têm suas vulnerabilidades. Disapel, Hermes Macedo e Arapuã eram grandes, e desapareceram", lembra. Terceira rede mais presente no Paraná, com 65 lojas na faixa leste do estado – Curitiba e região, Litoral e Campos Gerais –, a Multiloja não pensa em expansão desenfreada, diz Gonçalves. "A meta é fechar o ano com 70 lojas. Queremos crescer com musculatura, de forma sustentável."

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