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Navio no porto de Paranaguá: decreto deve ajudar a impulsionar investimentos R$ 410 milhões | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Navio no porto de Paranaguá: decreto deve ajudar a impulsionar investimentos R$ 410 milhões| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Logística

Expedição Safra abre debate sobre expansão para 2013/14

Da Redação

A produção brasileira de soja e milho – que saltou 14% na temporada 2012/13 e sustenta uma safra recorde de 185 milhões de toneladas grãos – vai continuar crescendo na próxima temporada e exigirá novos investimentos e ajustes em infraestrutura, apontou o debate realizado ontem pela Expedição Safra Gazeta do Povo no Porto de Paranaguá. O evento, que reuniu 50 lideranças e autoridades do agronegócio, fechou a sétima edição do projeto e funcionou como pré-lançamento da Expedição 2013/14.

O agronegócio cobrou aceleração dos programas do poder público. "O Brasil é o país dos empurrões, dos apagões (...) As empresas têm interesse em investir, mas o Estado precisa prover meios para que isso aconteça", disse Paulo Fachin, CEO da Ceagro Brasil, empresa que origina grãos com destino ao mercado asiático.

O superintendente da Associação dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino, sustentou que os embarques vêm sendo ampliados sem filas de caminhões para descarga. Os 20 milhões de toneladas de grãos a mais da safra 2012/13 "abriram a boca do funil", disse o executivo. Ele admitiu que a saída desse funil continua "apertada" e garantiu que intervenções contínuas vão tentar aliviar os problemas. "Em porto, nada se faz da noite para o dia. Temos um plano de 20 anos."

O desafio do Porto de Paranaguá no segundo semestre será viabilizar a exportação simultânea de grandes volumes de soja e de milho. No início do ano, os embarques da oleaginosa só engrenaram depois que os do cereal caíram. Agora, com o avanço da colheita do milho de inverno, a pauta terá de ser invertida novamente sem a costumeira entressafra, registrada até dois anos atrás.

Além dos problemas logísticos, a safra 2013/14 terá desafios de preço, mercado e sustentabilidade econômica, destacou o coordenador da Expedição Safra, Giovani Ferreira. A demanda será tema nas discussões do projeto nos próximos meses. Nas últimas duas temporadas, as exportações de milho e soja em grão do Brasil ultrapassaram a marca de 50 milhões de toneladas, dando vazão a um terço da colheita.

Serviço:

Veja mais detalhes sobre o encerramento da Expedição Safra 2012/13 e o lançamento da edição 2013/14 em www.agrogp.com.br

  • Dividino, da Appa: intervenções contínuas no porto vão aliviar pressão sobre os embarques

O governo federal publicou ontem o decreto que regulamenta a nova Lei dos Portos, originada da Medida Provisória 595/2012, e confirmou a possibilidade de que a elaboração dos editais e a realização dos projetos licitatórios para a concessão de áreas possa ser delegada às administrações portuárias locais.

Desde que a discussão sobre o novo marco regulatório começou, um dos maiores receios da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e do governo estadual era de que estas ações ficassem centralizadas no governo federal.

No entanto, o decreto não deixa claro se esta delegação se dará aos projetos individualmente – o que pode atrasar o andamento dos investimentos caso eles sejam analisados um a um pela Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP) – ou de uma tacada só, em algum momento, às administrações locais.

Mesmo assim, a expectativa é que a publicação do decreto ajude a impulsionar os R$ 410 milhões em investimentos previstos até o fim deste ano pela Appa. Isso porque 35% desse montante, ou R$ 146 milhões, são para a dragagem de manutenção dos portos de Paranaguá e Antonina, que deverá ser conduzida pela SEP, em uma nova fase do Plano Nacional de Dragagem.

O diretor empresarial da Appa, Lourenço Fregonese, lembra, no entanto, que muitos dos investimentos previstos têm dinheiro próprio da autarquia e indenpendem de qual direção a regulamentação aponta. "Os investimentos saem com certeza até o fim do ano", confirma.

Critérios

A nova lei determinava que os critérios de produtividade – maior movimentação e menor tarifa – seriam determinantes para o julgamento das licitações, mas sem mais detalhes. Agora, o decreto define que será o edital de cada licitação que vai elencar a documentação necessária para aferir a capacidade técnica e econômica-financeira de cada concorrente à operação.

Para mais detalhes que isso, porém, o setor produtivo terá de esperar até outubro, quando as primeiras concorrências, para áreas dos portos de Santos e do Pará, devem ser publicadas, segundo estimativas do ministro dos Portos, Leônidas Cristino.

Indefinição

As regras de autorização de terminal privado nos portos públicos também não foram definidas de imediato. O planalto tem prazo de 180 dias para definir o restante das regras. A demora afeta a expansão dos portos paranaenses. O Porto de Pontal do Paraná, por exemplo, é um que aguarda estas definições. "Pontal tem vocação para ser um dos portos mais eficientes do país. A geografia e a profundidade do canal têm um potencial enorme", completa o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino.

Agenda

Governo divulga interessadas em terminais privados até o dia 4

Reuters

O governo federal divulgará até o dia 4 julho (próxima quinta-feira) as cerca de 40 empresas que já manifestaram interesse em instalar novos terminais privados no Brasil, sob a nova Lei dos Portos.

A divulgação abrirá o período de 30 dias de consulta para que outros investidores indiquem interesse nas mesmas áreas, disseram nesta sexta-feira a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino.

A autorização para empresas instalarem terminais privados, fora de portos organizados, é um dos novos modelos para investimentos no setor previstos na Lei dos Portos, que foi promulgada no início do mês. A aprovação da medida no Congresso foi um processo tumultuado, que testou a força do governo nas negociações parlamentares.

Eram 120

Antes, as empresas que fizessem o pedido – cumprindo todos os requisitos legais – ganhavam a autorização automaticamente. A nova lei prevê um processo seletivo caso exista mais de um interessado em empreendimento semelhante na mesma região.

No total, mais de 120 pedidos de terminais privados foram apresentados às autoridades, disseram os ministros, mas apenas 40 já apresentaram todos os documentos necessários para dar início aos procedimentos do anúncio público.

No Paraná, o grupo João Carlos Ribeiro aguarda autorização para instalar o Porto Pontal, especializado em contêineres, em Pontal do Paraná.

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