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Agnes Cristina e Diogo Petri são os sócios da Cat My Pet. | Divulgação/
Agnes Cristina e Diogo Petri são os sócios da Cat My Pet.| Foto: Divulgação/

Quase um ano após ser rejeitada pelos juízes do reality de investidores Shark Tank Brasil, do canal Sony, a startup Cat My Pet, especializada em produtos para gatos e para os apaixonados pelos bichinhos, fechou um contrato de US$ 30 milhões (cerca de R$ 125 milhões) com o empresário Kevin Harrington. Por coincidência, ele é um dos “tubarões” na versão norte-americana do programa. O mesmo que investiu, anos atrás, no fenômeno em vendas George Foreman Grill.

No programa de TV brasileiro, os sócios Agnes Cristina e Diogo Petri pediram um aporte de R$ 400 mil em troca de 15% do negócio, em junho de 2017. Uma das atrações da apresentação foi um bebedouro em formato de torneira desenvolvido especificamente para os gatos, o MagicCat , carro-chefe da marca.

Os tubarões gostaram da ideia, mas ao fazer rapidamente os cálculos no papel consideraram o valuation alto e ninguém quis apostar na empresa. “Respeitamos a todos, mas não achamos [o valor] alto, tanto que hoje está três vezes maior. Sabíamos que o negócio tinha potencial e hoje eles mesmos reconhecem”, comenta Agnes.

A Cat My Pet seguiu em frente e participou de muitos concursos com outras startups. Eles levaram a melhor no início do ano durante o evento de empreendedorismo Ebulição Instantânea, em São Paulo, com três mil concorrentes. Harrington era um dos jurados. “Ele ficou muito animado e fez uma proposta após a apresentação de levar o MagicCat para fora do Brasil”, relembra Agnes.

O empresário pediu que os sócios enviassem alguns produtos para serem apresentados na maior feira pet dos Estados Unidos. “Foi sucesso entre os clientes e foi quando ele pediu para fechar o contrato de US$ 30 milhões, além de royalties sobre as vendas.” Por questões contratuais, o valor acordado não pode ser revelado.

Harrignton garantiu o direito de comercializar o produto em todos os outros países que não o Brasil e tem um prazo de 15 anos para entregar o volume acertado. “Desde o início o nosso objetivo é ser o maior e melhor player do mundo em produtos voltados para gatos. A expectativa é de que sejam os primeiros passos para a internacionalização da marca como um todo, para nos tornarmos um nome global.” Com o contrato está previsto um incremento mínimo de R$ 40 milhões nos próximos três anos com o comércio exterior.

Startup quer R$ 800 mil em troca de 10,8% sobre os resultados

A Cat My Pet está com uma rodada de investimentos aberta ao público na plataforma de equity crowdfunding Kria. Qualquer pessoa pode investir um mínimo de R$ 500, e o objetivo é captar R$ 800 mil, no total, em troca de 10,8% da empresa. A rodada de investimentos está aberta desde o dia 10 de setembro e, em três dias, a startup já havia captado 52% da meta, revela Agnes.

A empresária acredita que todo o valor seja levantado em poucos dias, antes do prazo final, em 11 de outubro. “Temos uma comunidade bastante engajada, que acredita na nossa marca. Optamos pela plataforma com objetivo de compartilhar nosso resultado de sucesso com pessoas que de fato nos ajudaram a chegar aqui, como clientes e parceiros comerciais.”

Qualquer pessoa pode ser um acionista da Cat My Pet por meio da plataforma. O investidor recebe um título conversível em ações e o direito de participar dos resultados da empresa. “A projeção para os próximos cinco anos é crescer 55 vezes.”

Os R$ 800 mil pretendidos serão usados para viabilizar a produção de mercadorias negociadas com grandes players de mercado, que se tornaram clientes este ano, como Cobasi e Pet Love. “Eles geram uma demanda muito acelerada e não temos capital de giro para bancar todos os pedidos.”

MagicCat , o bebedouro desenvolvido exclusivamente para os gatos, representa 30% do faturamento da startup.Divulgação

Da dívida inicial de R$ 16 mil a quase R$ 2 milhões em faturamento

A Cat My Pet foi fundada em 2015 com um investimento de R$ 16 mil, recursos possíveis por meio de empréstimo bancário. A empresa começou somente com a venda do MagiCat. No primeiro ano de funcionamento, os sócios faturaram R$ 800 mil com o produto único. Atualmente, a marca tem um catálogo de 15 itens e o bebedouro é carro-chefe em faturamento, cerca de 30% do total, comercializado por R$ 279 no e-commerce da marca. O tíquete médio da loja virtual é de R$ 200.

Avaliada em R$ 6,6 milhões, a Cat My Pet está em 600 pontos de vendas em todo o país e pretende fechar o ano de 2018 com um volume de R$ 1,9 milhão em vendas, 58% a mais do que o resultado do ano passado. “A ideia inicial era investir no mercado pet, mas verificamos que ele estava muito saturado no segmento para cachorros. No universo dos gatos, porém, não havia algo especializado. Conseguimos nos destacar tanto com produtos, que atendem melhor as necessidade dos gatos, como nos posicionarmos na comunicação como especialistas.”

O Brasil tem uma população de 132,4 milhões de animais, a segunda maior do mundo, sendo 22,1 milhões de gatos, contra 52,2 milhões de cachorros, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Estima-se, porém, que em 2024 a quantidade destes felinos alcançará o de cães, chegando a 71 milhões cada. O mercado de pets cresce uma média de 8% ao ano. Em 2017, faturou R$ 20,3 bilhões, sendo R$ 4,2 bilhões (21%) oriundos do setor de produtos para gatos.

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