Comércio - Balança tem saldo positivo
Brasília A balança comercial brasileira apresentou um saldo positivo de US$ 469 milhões na terceira semana de outubro. Esse resultado é a diferença entre as exportações de US$ 3,419 bilhões e importações de US$ 2,950 bilhões. Pela movimento da média diária, que é o total negociado por dia útil, as importações foram recordes. As exportações no mês somam US$ 9,772 bilhões e as importações, US$ 7,760 bilhões.
Ano
No ano, o superávit comercial (saldo positivo entre exportações e importações) é de US$ 32,959 bilhões, uma queda de 10,7% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 36,915 bilhões). O principal fator para essa queda é a compra de produtos importados. As importações têm subido em um ritmo muito superior ao das exportações, estimuladas pela baixa cotação do dólar.
Brasília Pressionada pela valorização do real em relação ao dólar, a conta corrente do balanço de pagamentos (que registra todas as transações de bens e serviços do Brasil com o exterior) teve forte piora em setembro, de acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central. No mês passado, esta conta apresentou saldo positivo de US$ 471 milhões, bem abaixo das expectativas do mercado e do BC e quase cinco vezes menor que os US$ 2,25 bilhões de setembro de 2006.
"O resultado reflete as remessas de lucros e dividendos, que vêm crescendo há alguns meses por duas razões: o câmbio apreciado e o aumento no estoque de investimentos estrangeiros diretos (IED) que vêm se comportando muito bem", explicou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Por conta das maiores remessas de lucros, ele prevê para outubro um resultado negativo da ordem de US$ 500 milhões na conta corrente.
O economista da LCA Consultores Carlos Urso também destaca que, com remessas de lucros maiores e superávits menores na balança comercial, a tendência futura é que o Brasil passe a registrar saldos negativos na conta corrente do balanço de pagamentos. "Avaliamos que, em médio prazo, a perspectiva é de déficits moderados", afirmou.
Em setembro, foram enviados para fora do Brasil US$ 1,686 bilhão, quase o dobro dos US$ 864 milhões verificados em igual mês do ano passado. Em outubro, até hoje, o BC registrava remessas de US$ 1,8 bilhão. A explicação para este movimento é que, quando o câmbio está valorizado, as empresas podem enviar para suas matrizes no exterior mais dólares a cada real que obtêm de lucro.
Além disso, a baixa cotação do dólar tem permitido que o brasileiro viaje mais ao exterior e também gaste mais. Neste ano, os gastos com essa despesa superam os US$ 5,7 bilhões, um crescimento de 35,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Em setembro, a despesa de brasileiros no exterior foi de US$ 714 milhões.
Apesar da deterioração das contas externas no ano e, de forma mais acentuada em setembro e outubro, Altamir Lopes afirmou que não há motivo para preocupação. Segundo ele, o saldo ainda é positivo e será suficiente para financiar as contas externas neste e no próximo ano. "O balanço de pagamentos (soma de todas as operações do Brasil com o exterior) está perfeitamente financiado. O setor externo está saudável."
Leonardo Miceli, da consultoria Tendências, concorda. Segundo ele, a taxa de câmbio resolverá um eventual desequilíbrio no balanço de pagamentos no futuro e, além disso, as elevadas reservas internacionais, que cobrem quase toda a dívida externa, garantem um cenário tranqüilo para as contas externas.
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