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O prazo de adesão ao plano de demissões voluntárias (PDV) da Renault, aberto desde 22 de janeiro, termina no próximo dia 13. A montadora não informa qual é sua meta, nem quantos trabalhadores já aderiram ao programa, mas o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) estima que a empresa planeje cortar de 500 a mil funcionários.

Além do "pacote de rescisão" habitual – que envolve FGTS, férias, 13.º salário, Programa de Participação nos Resultados (PPR) e demais verbas legais –, a empresa se compromete a pagar um salário nominal para cada ano completo trabalhado. Funcionários com mais de dez anos completos receberão dois a três salários extras. Todos os que aderirem terão direito à extensão do plano de saúde por seis meses após a demissão.

A Renault encerrou 2014 com 6 mil funcionários, 500 a menos que em 2013. A redução ocorreu porque a empresa decidiu não renovar os contratos de trabalho temporários. Segundo a multinacional francesa, o PDV foi adotado em acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos e é dirigido exclusivamente aos trabalhadores das fábricas de veículos de passeio e veículos utilitários. Não é afetada, portanto, a unidade de produção de motores, que, assim como as demais, fica em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

A decisão de criar um PDV, conforme a montadora, "foi tomada para adequar os volumes de produção devido à queda do mercado interno em 2014 (-7,1% vs 2013) e, principalmente, devido à queda nas exportações brasileiras em 2014 (-40,9% vs 2013)".

Embora o mercado interno tenha se retraído no ano passado, o desempenho da Renault foi bom em comparação ao das concorrentes. Na soma de automóveis e comerciais leves, a empresa vendeu 237.168 unidades no ano passado, 0,3% mais que em 2013, segundo dados da Anfavea (associação das montadoras). As exportações da companhia, por sua vez, caíram bastante. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o faturamento com as vendas ao exterior baixou 45% em 2014, para US$ 648 milhões.

Fábrica da Volks no Paraná tem 420 trabalhadores em layoff

A retração do mercado de veículos fez as montadoras recorrerem a todo tipo de estratégia para reduzir custos, de férias coletivas a demissões. Um desses instrumentos é a suspensão temporária do contrato de trabalho, conhecida como layoff.

A fábrica paranaense da Volkswagen, que também fica em São José dos Pinhais, recorreu algumas vezes a esse regime a partir do ano passado. No momento, cerca de 420 funcionários da unidade estão com os contratos suspensos. Antes eram 600, mas 180 foram convocados para voltar ao trabalho no início de janeiro, a fim de reforçar os estoques da montadora. Isso porque a unidade vai interromper a produção por um mês a partir do feriado de carnaval, período que a Volks aproveitará para adequar as linhas de montagem para a produção do novo VW Golf e de dois modelos da Audi.

Previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o regime de layoff prevê o afastamento dos funcionários por até cinco meses, período em que eles recebem seguro-desemprego do governo e a empresa complementa o restante do salário. Ao fim do layoff, a empresa pode demitir esses trabalhadores, desde que pague multa de um salário mínimo a cada um e negocie as dispensas com o sindicato da categoria.

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