• Carregando...
Quiosques da Praia Central de Guaratuba não têm autorização para funcionar | Carlos Ohara/Gazeta do Povo
Quiosques da Praia Central de Guaratuba não têm autorização para funcionar| Foto: Carlos Ohara/Gazeta do Povo

Sandero tem visual mais moderno

A Renault guardou muito bem seu segredo. O anúncio de um "hatch" compacto sobre a mesma base do Logan era esperado desde o início do ano passado. Mas quem esperava que o visual do novo carro fosse semelhante ao do sedã popular se enganou. O Sandero em nada lembra seu "irmão mais velho". Com linhas arredondadas, parece mais preparado para disputar o mercado com o Volkswagen Fox, o Fiat Palio, o Chevrolet Celta e o novo Fiat Punto.

As semelhanças estão na imagem de robustez e confiabilidade que, segundo executivos da Renault, o Logan passa ao consumidor. A tal confiabilidade é reforçada pela garantia total de três anos do Sandero.

"O Sandero é o primeiro Renault com DNA brasileiro, feito por brasileiros para brasileiros", disse ontem o presidente da Renault do Brasil, Jérôme Stoll. O vice-presidente comercial da empresa, Christian Pouillaude, garantiu que o modelo não vai concorrer com o outro compacto da marca, o Clio Hacth – que no mês passado foi o modelo mais vendido da marca no Brasil.

O design do Sandero, mais atraente que o do Logan, deu a impressão de que o sedã popular foi lançado às pressas. Para jornalistas especializados presentes ao evento em São Paulo, um trabalho mais intenso no projeto do Logan poderia garantir mais sucesso ao sedã. De todo modo, os executivos da marca não reclamam dos números do Logan. Em agosto, seu primeiro "mês cheio" de vendas, foram vendidas 2,1 mil unidades do veículo, 600 a mais que o previsto pela montadora. "Acreditamos que vamos consolidar vendas de 3 mil Logan por mês, no mínimo", disse Stoll. (FJ)

São Paulo – Depois de quase uma década no Brasil, a Renault decidiu se tornar uma marca mais identificada com o país. De uma só vez, a montadora francesa anunciou ontem três medidas para cair no gosto do consumidor local: o lançamento de seu primeiro carro com "DNA brasileiro" e a criação de um centro de engenharia e de um escritório de design baseados no país. O Paraná terá participação importante nesse movimento. O novo compacto Sandero será montado na fábrica de São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba) e o Centro de Engenharia América, o primeiro da marca no continente, também terá sede no estado.

Produzido sobre a mesma plataforma do recém-lançado sedã Logan, o Sandero é o novo trunfo da montadora para duplicar suas vendas no mercado automobilístico nacional nos próximos dois anos. Apresentado na manhã de ontem no salão do automóvel de Frankfurt, na Alemanha, o modelo é o primeiro veículo mundial da marca francesa cuja produção começa fora de suas bases na Europa. A exemplo do que ocorre com o Logan, o Sandero será vendido em outros mercados. Na segunda fase do projeto, outros países vão produzir o veículo.

"A decisão demonstra que o Brasil é estratégico para o crescimento internacional do grupo", disse ontem o presidente da Renault do Brasil, Jérôme Stoll, durante evento em São Paulo simultâneo ao anúncio na Europa. "Se fizemos três fábricas no Paraná [Renault, Nissan e motores, todas no Complexo Ayrton Senna], significa que queremos ficar no Brasil, nos desenvolvermos no Brasil, empregar mais brasileiros", complementou o vice-presidente comercial da montadora, Christian Pouillaude.

No Paraná, o primeiro reflexo desses anúncios será a contratação de mais 900 pessoas até o fim deste ano, consolidando a Renault como a maior empregadora do setor automotivo paranaense. Atualmente, sua fábrica emprega 3,6 mil funcionários, pouco mais que a unidade da Volkswagen, também em São José. Além disso, a Renault abrirá o terceiro turno de produção em 2008 – atualmente, a fábrica trabalha em dois turnos: um pleno, com produção de 42 veículos por hora, e outro mais lento, com montagem de 22 veículos. Também no ano que vem, será inaugurado o centro de engenharia, que vai reunir 750 engenheiros envolvidos nos futuros projetos da companhia para o continente. A idéia de produzir carros "legitimamente brasileiros" será reforçada pelo Renault Design América Latina, escritório em São Paulo que será responsável pelo desenho dos novos veículos.

O Sandero – que entrou no palco do salão de Frankfurt escondido sob uma manta, ao som de tango e samba, no meio da apresentação do presidente mundial da companhia, o brasileiro Carlos Ghosn – é o primeiro projeto da marca a ter foco no Brasil desde o início de seu desenvolvimento. Chegará às concessionárias em dezembro e dará continuidade ao processo de ampliação da fábrica paranaense, iniciado no fim de 2005, pouco antes de Ghosn divulgar as metas da empresa para o período 2006-2009.

Quando o executivo lançou o "Contrato Renault 2009", em fevereiro do ano passado, a Renault não tinha nem 3% do mercado brasileiro de veículos. A fábrica de São José dos Pinhais empregava 2,5 mil pessoas e ocupava apenas 30% de sua capacidade instalada. Na ocasião, quando muitos esperavam que Ghosn anunciasse o fim das atividades no Brasil, o executivo lançou um pacote para salvar a operação brasileira, que incluía o lançamento de seis novos veículos e investimentos de US$ 360 milhões.

Desde então, a Renault lançou dois carros voltados para consumidores de alta renda – o Mégane Sedan e a perua Grand Tour, desenvolvidos na França – e o sedã popular Logan, lançado inicialmente no Leste Europeu, onde teve grande êxito. O número de empregados cresceu para 3,6 mil e a fatia da Renault no mercado passou para 3,4%. Com o Sandero e outros dois modelos que serão lançados em 2008 e 2009 – um deles também sobre a "plataforma B0", do Logan – a empresa espera atingir 6% do mercado, com vendas de 106 mil unidades em 2009, exatamente o dobro do registrado em 2006. Sozinha, a plataforma B0 terá recebido cerca US$ 230 milhões em investimentos, cerca de 64% do total anunciado para o Brasil.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]