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Fábrica da Renault em São José dos Pinhais recebeu ano passado um investimento de R$ 1,5 bilhão em obras de ampliação | Albari Rosa / Gazeta do Povo
Fábrica da Renault em São José dos Pinhais recebeu ano passado um investimento de R$ 1,5 bilhão em obras de ampliação| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

Apesar da retração nas vendas do setor automotivo neste ano, a Renault decidiu manter sua meta de chegar a 8% de participação no mercado até 2016. A montadora com fábrica em São José dos Pinhais tem sido uma das poucas a manter as vendas estáveis em um momento de consumo em queda, o que permitiu que seu market share passasse de 6% para perto de 7%. De janeiro a setembro, foram emplacados 168 mil unidades da marca, número igual ao ano passado, segundo a Anfavea. As vendas totais do setor tiveram queda de 7,6%.

Com base nesses números, o presidente da empresa no Brasil, Olivier Murguet, diz estar otimista com as perspectivas de médio prazo para a fábrica paranaense, que recebeu um investimento de R$ 1,5 bilhão na ampliação que foi entregue no início do ano passado. A conta feita por Olivier tem como premissa que o mercado brasileiro voltará a crescer e ultrapassará nos próximos anos a marca de 4 milhões de unidades vendidas – neste ano, serão 3,2 milhões. Com uma participação acima de 8%, a produção de Renault chegaria perto da capacidade de 380 mil unidades por ano.

"Não há dúvidas de que o mercado vai chegar nesses números. É questão de tempo", diz Murguet. "Fizemos um investimento de longo prazo e agora temos que subir nosso ‘share’. Por isso estamos investindo em novidades para os próximos dois anos." No momento, a Renault tem um projeto de R$ 500 milhões para a inclusão de dois novos modelos em seu portfólio – um deles é provavelmente uma picape derivada do Duster.

Exportações

Além do desafio de ganhar participação no mercado, a montadora vai precisar lidar com a crise da Argentina, que até o ano passado era o destino de 25% do que era produzido em São José dos Pinhais. "Neste momento, não temos previsão de melhora na Argentina. Desde abril não produzimos um carro sequer para o mercado argentino", conta o executivo. No ano passado, foram 60 mil unidades embarcadas para o país vizinho, número que deve cair a menos da metade neste ano.

A crise na Argentina ainda parece distante de uma solução e isso deve tornar 2015 mais um ano perdido para os exportadores brasileiros – controles cambiais dificultam o pagamento de importações e não há sinal de redução dessas barreiras. Por isso, a fábrica brasileira da Renault tem buscado outras oportunidades para exportar, como o fechamento recente de um contrato para embarcar o Logan para o México. Mas a falta de competitividade do Brasil e a ausência de outros acordos comerciais limitam o potencial exportador da fábrica paranaense.

"Nossa estratégia não foi de aumentar a capacidade pensando na exportação. Investimos para crescer no Brasil e na Argentina. Nosso custo não é adequado a outros mercados", afirma Murguet. Crescimento que deve se concentrar no mercado brasileiro até a normalização do país vizinho.

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