• Carregando...

A Renault vai investir US$ 150 milhões no Mercosul neste ano, sendo que 80% deste montante será destinado ao Brasil, enquanto os outros 20% irão para a Argentina. O presidente da montadora no Brasil, Pierre Poupel, havia informado pela manhã que a subsidiária no país ficaria com a totalidade dos investimentos.

Segundo Poupel, a empresa quer elevar a sua produção no país em 15% em 2006 e aumentar sua participação de mercado de 2,9% para 4%. Nestes investimentos está o início da produção no país do modelo Logan, em 2007, além do lançamento de dois novos produtos ainda este ano, o Mégane Sedan e o Mégane na versão perua.

O primeiro começou a ser produzido no fim do ano passado e chega ao mercado em março. A produção da versão perua começa no segundo semestre.

Poupel afirmou que serão contratadas 700 pessoas para a fábrica de São José dos Pinhais, em Curitiba, até o ano que vem. O objetivo é iniciar a produção em dois turnos. Em 2005, com um só turno, a empresa produziu 75 mil veículos e usou apenas 35% de sua capacidade instalada. Com o novo turno, o uso da capacidade deve subir para 50% ainda este ano. Atualmente, a montadora emprega 2.800 pessoas no país. Também o Centro de Desenvolvimento Tecnológico da empresa vai crescer, passando dos atuais 60 funcionários para 200 até o fim do ano que vem.

- Até 2009 estaremos funcionando à plena capacidade, com a produção de 250 mil veículos - disse Poupel, que comentou os planos da montadora para o Brasil.

O presidente do grupo Renault, Carlos Ghosn, informou na França, na apresentação dos planos mundiais da companhia, que serão lançados cinco modelos até 2009 no Brasil e na América Latina. No mundo todo, serão 26 lançamentos. Ele admitiu que a imagem da montadora ficou enfraquecida nos últimos anos por falta de investimentos em novos produtos e chegou a citar o Brasil como exemplo de mau gerenciamento. O desempenho da empresa também não foi bom na Europa, onde fica matriz. Houve queda de 4% nas vendas européias em 2005. Apesar disso, outros mercados compensaram e a montadora terminou o ano com aumento médio de 1,7% nas vendas.

A apresentação de Ghosn foi gravada e transmitida aos jornalistas brasileiros nesta manhã.

Nela, ele admitiu que a montadora não tem conseguido apresentar ao consumidor uma política eficaz de redução de preços. Para ele, a política comercial da empresa é pouco disposta a dar descontos. Ghosn afirmou que a Renault investiu mais de US$ 1,3 bilhão no Brasil desde 1997, mas atingiu apenas uma 'modesta participação', de 2,9% do mercado. Poupel, que está no Brasil desde 2002, informou que vai se aposentar no dia 1º de maio, depois de 39 anos no grupo.

- A frustração de Ghosn com o mercado brasileiro não é só dele. É de todos nós. Em 2002 encontrei a empresa numa situação difícil, mas não era possível fazer muita coisa, já que os investimentos em novos produtos estavam suspensos. Não se pode adicionar mercado sem novos produtos. Por isso, essa frustração tão grande - disse, acrescentando que está feliz por existir agora um plano para aumento da participação da marca no mercado brasileiro para algo em torno de 6% e 7% até 2009.

No entanto, o Brasil foi elogiado por Ghosn pela tecnologia do carro bicombustível, que, segundo ele, é eficaz para reduzir as emissões de CO2. O presidente do grupo afirmou que até 2009 50% dos veículos vendidos na Europa serão movidos a gasolina e a etanol. Entre os objetivos do grupo está a venda de 800 mil unidades de veículos no mundo entre 2006 e 2009.

Poupel disse que a montadora não conseguirá este ano a rentabilidade no Brasil e no Mercosul. O prejuízo, no entanto, vem sendo reduzido. No Mercosul, o prejuízo chegou a 300 milhões de euros em 2001. Em 2005, caiu para 90 milhões de euros. Este ano, fica em 45 milhões de euros. A reversão dos resultados, acrescentou, deve ocorrer apenas a partir de 2007.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]