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O sedã Logan, que deve ser lançado em meados do próximo ano, terá a missão de duplicar as vendas da Renault no mercado brasileiro e dar à empresa seu primeiro lucro no país até 2009. "Teremos lucro no ano de 2009, com certeza absoluta", disse ontem o vice-presidente comercial da montadora para Brasil e América Latina, o francês Christian Pouillaude. O executivo, que visitou o estande da Renault no 10.º Salão do Automóvel de Curitiba, deu a entender que a possibilidade de fechar 2007 ou 2008 no azul é bem mais remota.

Segundo Pouillaude, a meta da montadora – cuja fábrica brasileira fica em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba – é de vender 106 mil unidades em 2009, frente aos 53 mil carros previstos para este ano. Com isso, a empresa atingiria daqui a três anos algo entre 5,5% e 6% do total de automóveis e utilitários vendidos no país. Seria o dobro da fatia de mercado que a empresa tem hoje, que é de apenas 2,8%, segundo dados referentes aos primeiros dez meses do ano.

"Aumentar a clientela é o papel do Logan, que vai atingir uma faixa de consumidores que a Renault ainda não atende. São famílias com restrições financeiras, que têm apenas um carro, e precisam usá-lo na cidade e na estrada", disse Pouillaude. O Logan não é o único responsável por atingir as metas da empresa – que vai lançar cinco novos modelos fabricados no Brasil até 2009 –, mas é certamente sua maior esperança, justamente por atingir um público muito maior que as outras novidades previstas para os próximos três anos.

Fontes ligadas à montadora informaram, meses atrás, que o Logan chegaria ao mercado nacional ainda no primeiro trimestre de 2007, mas Pouillaude descartou essa possibilidade. A montadora quer lançar o carro na metade do ano e vender cerca de 10 mil unidades até o fim de 2007 – e bem mais do que isso na seqüência, mas o vice-presidente comercial da empresa não revela o número exato previsto para 2008 e 2009. A intenção é que 80% dos componentes do veículo sejam nacionais.

A redução da ociosidade da fábrica paranaense vai depender do sucesso comercial dos novos modelos. A Renault estima fechar o ano com produção de 75 mil veículos, o que equivale a apenas 30% da capacidade instalada. Até 2009, a previsão é aumentar esse índice para pelo menos 70%, com produção anual de 170 mil carros. Hoje, 3,1 mil pessoas trabalham na unidade, mas a empresa anunciou em agosto a contratação de mais 650 funcionários para a produção do Logan.

A Renault começou a produzir no Brasil em 1999 e atingiu em 2001 sua maior participação no mercado nacional, de 4,5%, mas essa fatia caiu desde então. Entre 1999 e 2005, a operação brasileira da Renault acumulou prejuízos de R$ 3,8 bilhões, cifra que supera até o valor investido na fábrica nesse mesmo período (US$ 1,35 bilhão, ou R$ 2,9 milhões).

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