• Carregando...

Meio ambiente

Projeto restringe plantio de cana

Da Redação, com agências

A proposta de zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar, lançada ontem pelo governo federal, proíbe a construção de novas usinas e a expansão do plantio em qualquer área da Amazônia, do Pantanal, da Bacia do Alto Paraguai ou em vegetação nativa de outros biomas. O projeto ainda será encaminhado ao Congresso Nacional.

A proibição nessas áreas, somadas àquelas onde o plantio já não é permitido, como as unidades de conservação e terras indígenas, faz com que o plantio da cana seja proibido em 92,5% do território brasileiro.

As proibições previstas pelo zoneamento estabelecem que estarão aptos ao plantio da cana-de-açúcar 64 milhões de hectares. Considerando os novos critérios, a expansão da cana-de-açúcar poderá ocorrer em 7,5% do território nacional. Atualmente, o cultivo de cana ocupa uma área de 8,89 milhões de hectares, o que representa menos de 1% do território nacional.

Paraná

No Paraná, a área atualmente cultivada com cana é de 524.500 hectares. A área autorizada pelo zoneamento é de pouco mais de 4 milhões de hectares. O estado todo tem quase 20 milhões de hectares. Na avaliação do governo, o zoneamento tornará a produção de etanol ainda mais eficiente, estimulando o comprovado benefício ambiental do uso do biocombustível produzido a com a cana-de-açúcar.

Em um ano de crise, a agropecuária alcançou receita recorde no Paraná. De acordo com números que serão divulgados pela Secretaria Estadual da Agricul­tura e do Abastecimento (Seab) hoje, a renda da agricultura e da pecuária paranaense atingiu recorde: R$ 41,4 bilhões em 2008, um crescimento de 27,3% sobre o ano anterior (R$ 32,5 bi).

Descontada a inflação, o Valor Bruto de Produção (VBP) de 2008, referente à safra 2007/08, apresentou crescimento real de cerca de 11% sobre o ano anterior. É o maior faturamento bruto da produção agropecuária do estado desde o início da série histórica apurada pela Seab, em 1997, superando inclusive o VBP de 2003, que era o maior dos últimos 12 anos, impulsionado na época pelo valor elevado do câmbio.

Para o secretário Valter Bianchini, o valor foi alcançado graças ao bom desempenho da safra de grãos no ano passado, tanto em preço quanto em volume de produção. Segundo ele, aproximadamente 55% do VBP do Paraná vêm da agricultura de grãos. A pecuária contribui com 38% e os produtos florestais, o único grupo que teve resultados menores em 2008, com cerca de 7%. Entre grãos de verão e inverno, o estado colheu na temporada 2007/08 pouco mais de 32 milhões de toneladas. Soja e milho, principais culturas, renderam, respectivamente, 11,7 e 9,7 milhões de toneladas. O trigo teve safra recorde, de 3,2 milhões de toneladas.

A expectativa para o VBP em 2009 é de queda por conta das perdas provocadas pela estiagem, geadas e excesso de chuvas à produção agrícola do estado, afirma o secretário. "A safra de grãos foi 20% menor, mas a renda não deve ter um recuo tão grande assim por causa do esforço que se faz para diversificar a produção."

Somando a produção de verão e a de inverno, cuja colheita ainda está em andamento, a safra paranaense deve recuar para 25,5 milhões de toneladas em 2008/09. São 9,4 milhões de toneladas de soja, 6,3 milhões de milho e, conforme a estimativa mais recente disponível, 3,1 milhões de toneladas de trigo. "Mesmo com a crise dos grãos, as cooperativas continuam investindo. Isso porque estão diversificando a produção, se agroindustrializando cada fez mais", relata Bianchini.

Os dados detalhados serão apresentados pela Seab hoje, em Toledo, no Oeste do estado. A escolha do palco para a divulgação dos números não foi por acaso. Dentre os 399 municípios paranaenses, Toledo foi um dos que apresentou maior crescimento agrícola em 2008. Com um incremento anual de 24%, o VBP do município no ano passado foi de quase R$ 1 bilhão. "É uma região que tem tradição na produção de grãos, mas que cresce muito também no leite, nos suínos, nas aves e na fruticultura", resume o secretário.

VBP

O VBP é a soma de todo o faturamento bruto obtido com a comercialização dos produtos agropecuários do estado. Para o cáclculo, a Seab considera mais de 500 itens, entre produtos da agricultura, pecuária e floresta.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]