• Carregando...

O ano de 2010 tem tudo para marcar uma nova transição nas taxas de juros, o que significa um novo cenário de remuneração para quem tem investimentos. A atual perspectiva de alta da Selic pode reverter a correria para a poupança ocorrida no ano passado: como já é praticamente consenso que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) vai aumentar os juros neste semestre, na outra ponta o mercado já está oferecendo melhores rendimentos de médio prazo em planos pós-fixados.

Apesar de as especulações sobre o Copom ainda serem baseadas nos últimos indicadores de inflação – que vieram acima do que se esperava –, o momento sugere o retorno da popularidade dos investimentos de renda fixa, pós-fixados ou corrigidos pelos juros básicos (Selic). "Não espero uma grande revolução no mercado de investimentos, principalmente porque não aparecem muitas alternativas para o consumidor. Mas esse cenário pode resultar em redução nas aplicações de renda variável – especialmente por parte daquela parcela de clientes que fugiu da renda fixa quando começou a queda da Selic", afirma o professor de macroeconomia da FAE Centro Universitário Carlos Cleto.

Além da taxa básica, outro motivo que dá "mais vida" à renda fixa é o interesse do governo federal. "O governo nunca vai esquecer esses investimentos, afinal são eles que financiam os gastos públicos e permitem a rolagem da dívida", acrescenta Cleto.

A rentabilidade dos títulos públicos do Tesouro Direto foi destacada pelo planejador financeiro Friedbert Kroeger como um bom exemplo de adiantamento do novo cenário de juros. "Já existem títulos com vencimento para 2 anos e 10 meses em 11,96%. Isso é um ganho interessante", diz.

Tranquilidade

Mas enquanto o Copom não se reúne e o cenário não se desenha completamente, títulos indexados pela taxa básica de juros ou pelo Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que segue de perto a Selic, tendem a agradar o investidor que quer dormir tranquilo. A avaliação é de Kroeger. "Nesse caso, o investidor vai sempre com o mercado, navegando junto com a maré – tanto no cenário bom quanto no cenário ruim", diz.

Na poupança, o cenário de alta dos juros diminui seu brilho: a rentabilidade da tradicional caderneta se destacou justamente frente à queda das demais aplicações no período de queda da Selic. Ainda assim, a poupança é limitada a praticamente 0,5% ao mês.

Os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) têm taxas de remuneração pré ou pós-fixadas. As prefixadas, de acordo com os analistas, são mais vantajosas em momentos de perspectiva de queda de taxa de juros, uma vez que a rentabilidade fica travada no contrato. Se a Selic subir, no entanto, o ganho não acompanha.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]