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Carteira de Trabalhi
Trabalhador segura carteira de trabalho| Foto: Gazeta do Povo

Um em cada cinco domicílios brasileiros não teve nenhuma renda obtida com trabalho no primeiro trimestre do ano, informou nesta terça-feira, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

"Hoje, 22,7% dos domicílios não tem nenhuma renda do trabalho, o que é muita coisa. A crise bateu muito forte no mercado de trabalho e mais fortemente no trabalhador menos escolarizado, com emprego de pior qualidade e esse trabalhador tem sofrido mais com a crise."

Maria Andréia Lameiras, economista do Ipea

Os domicílios sem nenhuma renda de trabalho foram também os que mais aumentaram em relação ao primeiro trimestre de 2014, quando o mercado de trabalho começou a se deteriorar. Na época, o total de domicílios sem renda era de 19% do total, e a renda mais alta atingia 2,2% dos lares.

Em estudo a partir de microdados da Pnad Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ipea revelou que 52,5% dos domicílios estão sem renda ou com renda muito baixa, enquanto a renda média atinge 33,8% das casas. Por outro lado, apenas 2,1% dos domicílios tiveram renda alta no mesmo período.

"Isso mostra que o mercado de trabalho é o pior retrato da crise econômica que o Brasil está passando. Estamos saindo da crise, mas muito lentamente, e o mercado de trabalho reage depois da economia como um todo. Hoje a gente tem uma economia que cresce muito pouco, e o emprego tem uma reação ainda mais lenta", explicou Maria Andréia.

Melhoria no mercado de trabalho só a partir de 2020

O órgão prevê que o mercado de trabalho só deve começar a melhorar a partir de 2020, e, se a reforma da Previdência for aprovada no segundo semestre deste ano. A recuperação também vai depender do "timing" e da forma que será feita a reforma.

"Se a gente tiver uma reforma que ande mais rápido no Congresso e que seja aprovada de maneira mais rápida, no começo do segundo semestre ou algo assim, a gente já vai ter uma melhora no comecinho de 2020. Agora se a reforma no Congresso se estender demais e ficar para o final do ano, a recuperação só vem no segundo semestre de 2020", avaliou a técnica em planejamento e pesquisa do Ipea Maria Andreia Lameiras.

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