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O técnico Rafael Dal Agnol mostra uma das rachaduras | Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
O técnico Rafael Dal Agnol mostra uma das rachaduras| Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo

Ao menos 30 técnicos e engenheiros serão acionados para a desmontagem e troca da peça de uma das 20 unidades geradoras da usina hidrelétrica de Itaipu. Estima-se que o reparo das rachaduras detectadas há quatro meses na máquina U6 custará cerca de US$ 8 milhões. O montante será coberto pelo seguro mantido pela hidrelétrica. Parada desde setembro para a manutenção de rotina pelas quais todas passam periodicamente, a turbina danificada só deve voltar a operar dentro de um ano. A direção da usina garante que não há risco de prejuízo à geração de energia.

Segundo o coordenador dos trabalhos, engenheiro Cléber Pimenta, a primeira rachadura detectada – localizada em uma das pás da unidade – é a maior, com 80 centímetros, po­­rém é a de conserto mais fá­­cil. "Uma solda resolve o problema", explicou. Já a fissura de 37 centímetros no anel de desgaste da roda da turbina condenou a peça. Com a avaliação feita por consultores externos e pelo fabricante, decidiu-se pela troca do componente. "Como temos uma de reposição estocada há 25 anos, ela ainda vai ter de passar por testes antes de substituir a original", explica.

O anel de aço inox tem 8,5 metros de diâmetro, pesa cerca de sete toneladas, está 120 metros abaixo do nível do lago e faz parte do conjunto localizado do lado paraguaio da usina. Em operação desde julho de 1987, a U6 é capaz de gerar sozinha 700 megawatts de energia. "No começo ficamos apreensivos. Ainda não dava para ter a dimensão exata do problema. Agora estamos vendo isso como uma grande aprendizagem, que vai ajudar a prevenir que o mesmo aconteça com outras unidades", comentou Pimenta ao destacar que, caso as rachaduras não fossem descobertas logo, poderiam provocar um estrago muito maior.

O coordenador garante que o trabalho de reparo não deve interferir na geração de energia. Pimenta explica que o contrato da usina prevê que no máximo 18 unidades geradoras operem ao mesmo tempo. Por questão de segurança, sempre duas unidades estão constantemente passando por manutenção. "Já aconteceu de o Operador Nacional do Sistema (ONS) solicitar que todas gerem, mas isso é muito raro", acrescenta.A turbina danificada está sendo analisada pela fabricante alemã Voith Siemens. Os especialistas ainda não conseguiram definir o que provocou as trincas na peça, cuja função é proteger e isolar de impactos a estrutura que gira com a força da água para a geração de energia. A desmontagem da unidade começou na quinta-feira passada e está sendo feita por uma empresa especializada.

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