UE diz que expropriação é ilegal e suspende reunião com Argentina
A Comissão Europeia (CE) suspendeu a reunião do comitê conjunto UE-Argentina, marcada para os próximos dias 19 e 20, em Buenos Aires em resposta à desapropriação de 51% da YPF, ato que considera "ilegal"
O presidente da Repsol, Antonio Brufau, anunciou nesta terça-feira (17) que a companhia petrolífera reivindica que a Argentina pague cerca de 8 bilhões de euros pela participação de 57,4% na YPF.
Afirmando que não há motivo para a desapropriação, Brufau assegurou que a medida "é apenas uma forma de cobrir a crise econômica e social enfrentada pela Argentina", com inflação alta e conflitos em setores como o de transportes.
"Elevar a bandeira da expropriação e responsabilizar a YPF é ocultar a realidade", disse ele, ao apresentar em entrevista à imprensa, na sede da Repsol em Madrid, comunicação enviada à Comissão Nacional do Mercado de Valores.
Brufau acusou o governo argentino de expropriar a YPF para cobrir a crise social e econômica do país. A empresa confirmou que vai denunciar o governo de Buenos Aires em arbitragem perante o Banco Mundial.
"Ontem [segunda-feira] a presidente da Argentina cometeu um ato ilegal e fez acusações injustificáveis ??depois de uma campanha que visa a quebrar a ação da YPF e permitir a expropriação a preço de banana", disse ele. "Esses atos não ficarão impunes", alertou o executivo-chefe da petroleira.
Primeiro, a empresa vai entrar com processo contra Buenos Aires junto ao Banco Mundial. As ações são resolvidas através do Centro Internacional de Disputas sobre Investimentos (ICSID), onde outras empresas espanholas presentes na Argentina já registraram suas queixas, como Telefónica, Endesa, Gás Natural e Águas de Barcelona.
O presidente da Repsol disse que a expropriação não é justificada pelo interesse público e rejeita as acusações do governo argentinio de que a companhia petrolífera tem uma atitude "predatória" com os recursos do país.
"A decisão viola os mais elementares princípios da igualdade de tratamento", disse ele.
Apesar de ser uma iniciativa de nacionalizar todos hidrocarbonetos argentinos, apenas a YPF foi expropriada e, dentro da empresa, apenas as ações da petroleira espanhola.
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