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Rio – O Brasil pode triplicar suas reservas de gás natural, atualmente em 320 bilhões de metros cúbicos, caso a Petrobras confirme descobertas feitas recentemente, informou ontem o diretor de gás e energia da estatal, Ildo Sauer. "Com outros recursos já descobertos, podemos chegar a algo entre 820 bilhões e 1 trilhão de metros cúbicos", afirmou o executivo durante palestra no XI Congresso Brasileiro de Energia.

Sauer explicou que os volumes adicionais ainda não foram declarados como reservas provadas porque não atendem a condições exigidas pelos órgãos reguladores, como a existência de mercado ou de infra-estrutura de distribuição. "Além disso, há uma série de blocos em exploração que podem conter novas reservas", completou o executivo, respondendo a uma pergunta sobre a curta vida útil das atuais reservas brasileiras, que durariam menos de dez anos caso as previsões de consumo se concretizem.

A confirmação do novo volume de reservas depende ainda de novas análises nos reservatórios encontrados e pode não ser feita de uma só vez. Mas, nas contas de Sauer, garantiria o abastecimento do país por mais de 30 anos, contando com o consumo de 121 milhões de metros cúbicos por dia projetado pela empresa para 2010. Segundo o planejamento estratégico da Petrobras, esse volume será abastecido por três fontes: 71 milhões de metros cúbicos do Brasil, 30 milhões da Bolívia e 20 milhões importados sob a forma de gás natural liquefeito (GNL).

Para garantir o suprimento do mercado, a estatal planeja investimentos de US$ 22 bilhões até 2011. Sauer disse que a empresa terá de rever sua política de preços, de forma a acomodar os novos custos de produção. Segundo ele, o gás natural é vendido hoje no Brasil a um valor equivalente a US$ 30 por barril de petróleo.

Bolívia

A Petrobras anunciou ontem o fim do contrato de descontos no preço do gás boliviano que mantinha com a petroleira Andina, controlada pela Repsol, desde 2002. O acordo foi criticado por autoridades bolivianas, que o consideraram lesivo aos interesses do país. O contrato estabelecia um preço máximo de venda do gás pela Andina à Petrobras, com o objetivo de tornar o combustível mais atrativo ao consumidor brasileiro.

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