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O nível dos reservatórios do país atingiu em julho o maior patamar desde o período do racionamento de energia em 2001, abrindo possibilidade até de não haver despacho de usinas térmicas em 2011, disse o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp.

"Os reservatórios estão abarrotados", resumiu o executivo nesta segunda-feira em entrevista coletiva. "Em termos globais, é o melhor nível dos reservatórios em 10 anos graças a uma afluência de chuva muita boa e um período úmido muito melhor que no ano passado."

Segundo ele, os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste estão com 80,7 por cento de sua capacidade --contra 66 por cento em julho do ano passado; os do Nordeste em 79,6 por cento ante 64 por cento; os do Norte em 89 por cento versus 76 por cento, e do Sul em 95,4 por cento contra 88 por cento, todos na comparação anual.

A estimativa do ONS é que em 2011 haja uma sobra média de energia no Brasil de 2.500 megawatts (MW) médios, que deve chegar a 5 mil MW médios em 2015.

"Para esses cálculos estamos estimando que a demanda por energia e o PIB crescerão 4 por cento este ano e 5 por cento de 2012 a 2015", afirmou Chipp.

SEM TÉRMICAS?

Diante do cenário hidrológico positivo, o ONS já admite a possibilidade de não haver despacho de térmicas complementares em 2011 para garantir a segurança do sistema elétrico.

No ano passado, o despacho dessa energia suplementar teve um custo para os consumidores brasileiros de 500 milhões de reais. Em 2007, esse valor chegou a 2,3 bilhões de reais, de acordo com o ONS.

"Acho que com o atual nível dos reservatórios, esse gasto com o despacho (das térmicas) não chega nem a metade do ano passado... Com a possibilidade de não haver despacho", declarou o executivo, lembrando que até julho não foi necessário acionar nenhuma térmica complementar.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está discutindo a possibilidade de elevar a partir de novembro o nível meta de segurança do sistema de algumas regiões em razão de problema de entrada em operação de 12 usinas que pertencem aos grupos Bertin e Multrame. As termelétricas deveriam estar entrando em operação em 2011, mas só iniciarão atividade em meados do ano que vem. Elas juntas deveriam agregar ao sistema 400 MW em 2011 e 1.200 MW pelo prognóstico de 2012. "Se não houvesse a mudança no nível meta, com certeza não teria despacho esse ano", frisou o diretor-geral do ONS.

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