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Saber lidar com adversidades, situações e problemas difíceis de maneira lógica, racional e calculada é uma das principais características de profissionais resilientes. Ou seja, após uma crítica do chefe, um imprevisto ou uma grande mudança no setor, a pessoa não se deixa abalar emocionalmente e tenta superar a situação focando na solução.

É por isso que a resiliência é tão valorizada nas empresas. Indivíduos com esta características não paralisam diante de dificuldades, pelo contrário, encaram o problema de forma positiva.

Esse não era o caso de Samuel. O rapaz foi colega de trabalho de um amigo meu por um ou dois anos, não me lembro ao certo, mas já foi o suficiente para afetar negativamente a empresa. Samuel, além de não ser resiliente, era extremamente cartesiano. Ou seja, tinha um planejamento de ações extremamente detalhado, e o seguia à risca. Se algo saísse fora do planejado, mesmo que um pouco, Samuel ficava perdido.

Ele era um dos engenheiros da empresa e, segundo o que diziam, um dos melhores tecnicamente. Entretanto, devido ao emocional nitidamente desequilibrado e à necessidade de trabalhar sempre "em linha reta" (sem fugir do planejado), não era difícil vê-lo criar desentendimentos com a equipe.

Qualquer e-mail não encaminhado no horário certo era motivo para ele levantar o tom de voz com um colega ou funcionário. Aliás, a rotatividade de seus funcionários era algo impressionante – não aguentavam mais de seis meses trabalhando com ele.

Certo dia, telefonou a uma de suas funcionárias, que estava em outra cidade, perguntando sobre o andamento do projeto. A profissional alegou que houve um atraso devido a certos imprevistos que estavam fora de seu controle. Pronto. Samuel, além de subir o tom de voz, ofendeu a funcionária dizendo que ela era incompetente, que não sabia cuidar do projeto e que era impossível trabalhar com profissionais que não estavam engajados com seus trabalhos.

A moça, que havia recém-chegado à empresa, recorreu ao supervisor de Samuel, chorando e pedindo a demissão. Ela não foi a primeira, mas foi a última. A empresa havia tentado, por diversas vezes, manter Samuel na empresa pois ele era um excelente profissional. No entanto, o fato de não saber lidar com frustrações, problemas imprevistos e pequenas correções de curso, fazia com que ele criasse um clima organizacional tenso, desconfortável e nem um pouco saudável. Por isso, ele foi demitido logo em seguida.

É claro que o seu temperamento era, como dizem, um tanto "esquentado". Mas sua maior fraqueza era, na verdade, a falta total de resiliência. Diante de uma dificuldade, ele desiquilibrava-se e só se concentrava em reclamar, culpar e insultar seus profissionais, ao invés de focar na solução do problema.

Se você não se considera alguém muito resiliente e acha que o lado emocional "fala mais alto" em momentos de dificuldade, não se preocupe. Esta é uma característica que pode ser desenvolvida.

Quer saber como? Então não deixe de ler o artigo de terça-feira! Até lá!

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