• Carregando...

Curitiba – Quarta-feira vai ser dia de boicote ao ticket-refeição em Curitiba. Cerca de 100 restaurantes e bares que normalmente trabalham com vale-refeição não aceitarão esta forma de pagamento amanhã. Os empresários do setor aproveitam o XVII Congresso Nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) – que acontece na cidade entre hoje e sexta-feira – para protestar contra as taxas cobradas pelas operadoras do serviço. Segundo o presidente da entidade, Paulo Solmucci Júnior, três das quatro grandes empresas que atuam no país (Sodexho, VR e TR) cobram taxas abusivas dos restaurantes, que chegam a 10% sobre o valor da refeição. O porcentual, segundo Solmucci Júnior, tem reflexo direto no preço da refeição para o consumidor final, que fica até 5% mais cara.

"Estas empresas formaram uma associação [Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador – Assert], que na minha opinião é um cartel, porque ninguém mais pode participar. Elas praticam taxas até cinco vezes maiores do que as representantes nacionais", diz. Segundo dados da Abrasel, as empresas nacionais de vale cobram taxas entre 2% e 2,5%, enquanto nas três multinacionais os porcentuais variam de 5,5% a 10%. "Entre as grandes, apenas a Visa Vale está fora da associação e cobra taxas menores, entre 3% e 4,5%", diz.

Segundo o presidente, no início de 2003 as empresas assinaram um documento se comprometendo a praticar taxas de no máximo 3,5% a partir do momento em que os tickets de papel fossem substituídos por cartões magnéticos. O acordo, no entanto, nunca foi colocado em prática. "Antes elas alegavam que as taxas não poderiam ser menores por causa dos altos custos operacionais", diz Solmucci Júnior. "No entanto, os vales eletrônicos chegaram e as taxas não baixaram. Eles têm funcionamento muito semelhante ao do cartão de crédito, por exemplo, cujas taxas ficam entre 2,5% e 3,2%. Com a vantagem de serem pré-pagos, ou seja, não há inadimplência."

Na quinta-feira, o conselho da Abrasel vai se reunir para decidir como o protesto será feito em outras cidades do país. "Queremos alertar a sociedade do prejuízo que esta situação está gerando para as pequenas empresas, que sentem mais porque não têm poder de negociação, e para o próprio consumidor."

A Assert preferiu não se manifestar sobre a reclamação da Abrasel. A associação informou, através da sua assessoria de imprensa, que a negociação das taxas é feita individualmente pelas empresas com cada estabelecimento comercial e por isso não iria comentar o assunto.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]