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Se a rede hoteleira espera manter a taxa de ocupação em janeiro, entre os restaurantes a expectativa é me-nos otimistas. Para o segmento, a queda de clientela e faturamento é quase inevitável no início do ano, já que eles dependem mais do cliente que mora em Curitiba. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a perda média dos estabelecimentos nesta época corresponde a 25% do faturamento. Em alguns casos, o prejuízo não é tão grande por conta da troca de público: saem as famílias, entram mais maridos que ficaram "solteiros" com as férias escolares.

"Cai o fluxo de clientes e o faturamento, mas não chega a ser considerada uma perda, porque já é uma coisa planejada durante o ano. É o que acontece nas capitais que não têm praia", diz o diretor executivo da Abrasel no Paraná, Luciano Bartolomeu. Segundo ele, a grande maioria das casas mantêm as portas abertas, mas reduz a quantidade de funcionários. Só restaurantes típicos de outras estações, como casas de fondue, não têm porque ficar abertos, diz Bartolomeu. "É um período em que o pessoal normalmente aproveita para dar férias para os empregados e fazer pequenas reformas. Mas a queda de público não é tão grande que justifique um período prolongado de fechamento."

Deixar parte dos funcionários de férias é o que faz o empresário Bruno da Silva Draghi em seu restaurante mais popular, Alho e Óleo. Na sua principal casa de gastronomia, o bufê por peso Armazém Italiano, não é necessária a mudança porque só há troca de público. "É um período em que você vê muito mais homens no restaurante do que mulheres, jovens e crianças", diz ele, se referindo aos maridos que ficaram na capital trabalhando, enquanto as esposas estão na praia ou no interior com os filhos. A clientela masculina, afirma Draghi, ajuda a segurar um movimento de 250 refeições/dia durante a semana, no mês de janeiro – pouco mais do que 15% de queda. "Em meses normais servimos 300 refeições por dia. Mas, em compensação, o faturamento não cai muito em janeiro, porque os homens costumam gastar mais." Os dois restaurantes do bufê por quilo Mannus, no Ahú, também contam com o mesmo público. "A freqüência diminui pouco, perto de 10%. Porque além dos maridos e casais que vêm sem as crianças, temos muitos clientes que trazem amigos e parentes em férias para almoçar conosco", conta um dos proprietários da casa, Marcius José Manosso.

Quem diz trabalhar em situação atípica é o gerente do restaurante Madalosso, Ernani Ribas do Vale. Segundo ele, tanto no Novo quanto no Velho Madalosso, em Santa Felicidade, o movimento aumenta até 20% depois do Natal. "Resultado de um trabalho de mais de 10 anos em parceria com agências de turismo do interior de São Paulo e Norte do Paraná, que fazem parada para o pessoal comer em Curitiba quando vai para a praia." Os dois restaurantes recebem pelo menos cinco ônibus de turistas por dia na alta temporada.

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