O governo argentino solicitou uma reunião urgente entre a ministra de Produção, Débora Giorgi, e o ministro brasileiro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, para discutir as barreiras adotadas pelo Brasil contra alguns produtos da Argentina. "Queremos que essa reunião seja realizada imediatamente porque havia um encontro bilateral marcado para o dia 11 e 12 de novembro, mas foi cancelado", reclamou uma fonte argentina. "Não podemos esperar que o assunto seja discutido na cúpula (entre os presidentes Cristina Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva) do dia 18 de novembro", completou.
A fonte contrariou a informação do governo brasileiro de que a restrição afeta somente 15 produtos argentinos. "Em total, as licenças não automáticas do Brasil alcançam 19 produtos, os quais representam 9% de nossas exportações para esse mercado", afirmou.
Durante reunião que manteve ontem com pequenos e médios empresários da Confederação Geral Empresarial (CGERA), o secretário de Indústria da Argentina, Eduardo Bianchi, disse que as medidas brasileiras "significam um estancamento na cadeia produtiva, afetando diretamente os trabalhadores".
Entretanto, Bianchi não deu sinais de que o governo argentino queira desarmar suas barreiras contra os produtos brasileiros, uma condição imposta pelo Brasil para também recuar em suas restrições às importações de origem argentina. Pelo contrário, Bianchi prometeu continuar "trabalhando em conjunto com os setores industriais que precisam de proteção do Estado para continuar crescendo".
Miguel Jorge disse ontem esperar que a decisão do governo brasileiro de impor licenças não automáticas para alguns produtos importados da Argentina possa reverter as barreiras colocadas pelo governo argentino aos produtos brasileiros. Jorge evitou, no entanto, usar a palavra retaliação.
Acusações
O governo de Cristina Kirchner não só defende as barreiras que levaram o Brasil a perder mercado para terceiros países na Argentina, como também acusa o sócio de não cumprir acordos bilaterais. O presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileiro, Jorge Rodríguez Aparício, opinou que o momento exige "tranquilidade", especialmente "porque já se sabia que estas medidas iam ser aplicadas". O Brasil alertou a Argentina sobre possíveis represálias na última reunião entre os dois presidentes, em julho passado, se as barreiras contra os calçados, têxteis, móveis, eletrodomésticos e outros produtos brasileiros fossem mantidas. Resta saber agora quem vencerá a queda de braço.
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