O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que houve avanço nas discussões cambiais na Reunião Anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, que terminou ontem em Washington, mas que espera que algum acordo entre países possa ser alcançado na reunião do G-20, em Seul, no mês que vem. "[A discussão] não foi conclusiva neste momento, como prevíamos. No entanto, ela caminhou bastante."
Meirelles disse que a posição do Brasil em relação aos desequilíbrios cambiais ficou clara nos últimos dias. "O Brasil fez a sua parte. Está fazendo a sua parte. O Brasil não pode aceitar, e não o fará, desequilibrar sua economia, aceitando desequilíbrios de outros países, como na questão do desequilíbrio de moedas. Isso não é correto. O Brasil toma suas medidas de defesa e propõe a discussão em nível global."
Assim como outros países, o Brasil tem adotado medidas para evitar uma supervalorização de sua moeda. É "a guerra cambial", como batizou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que também esteve presente às reuniões do FMI. Além de continuar engordando suas reservas internacionais, recentemente o Brasil aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% para 4% para capital estrangeiro com o objetivo de conter o fluxo de dólares.
Entretanto, a possibilidade de um acordo global em torno da questão cambial é vista com descrença por muitos, pois nas duas pontas desse cabo de guerra estão Estados Unidos e China, que não parecem dispostos a ceder nesta disputa por maior competitividade no comércio global.
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