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São Paulo – Pela primeira vez o Risco Brasil encostou na taxa de risco médio dos países emergentes, conhecida como Embi Plus. Até hoje, desde que a medida foi criada pelo banco de investimentos americano JP Morgan, em 1992, o Risco Brasil sempre esteve acima deles. As taxas se encontraram em 174 pontos-base. Às 12h50 de ontem, o Risco subia 3 pontos, para 176 pontos-base.

Risco Brasil é a taxa que mede a desconfiança do investidor estrangeiro na capacidade de pagamento da dívida do país. Neste patamar, significa que os títulos da dívida brasileira pagam 174 pontos porcentuais acima dos juros dos papéis da dívida norte-americana, considerados sem risco. No fechamento da terça-feira, o risco país bateu recorde de baixa, em 192 pontos. O Embi Plus fechou em 170 pontos.

O risco país foi popularizado durante a crise de confiança que antecedeu a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. No pior momento de nervosismo nos mercados, no segundo semestre daquele ano, o risco Brasil chegou aos 2.400 pontos.

O risco medido pelo JP Morgan é um dos indicadores que os analistas utilizam para saber se um país está perto do investment grade – ativo com baixo risco de crédito. No caso brasileiro, a distância dessa nota é de aproximadamente 70 pontos, se o México for tomado como exemplo de comparação. O risco daquele país, que já é considerado grau de investimento pelas agências, oscila atualmente na casa de 100 pontos.

O sócio-diretor da MCM Consultores e ex-diretor de política monetária do Banco Central (BC), José Júlio Senna, avalia que a queda do risco Brasil indica que as condições de solvência do país melhoraram bastante. "É uma medida especial, que mostra como somos vistos lá fora", disse.

Ele destaca que uma taxa de risco mais baixa reduz os juros que o país paga em seus papéis no exterior, pressionando para baixo os juros pagos pela empresa na captação de recursos.

Contudo, ressalta que não há nada comparável a isso no cenário interno, exceto o controle da inflação. "O crescimento econômico ainda é muito baixo, por exemplo", disse. O ex-diretor do BC destaca que a gestão do gasto público é primordial para que, internamente, a política econômica obtenha resultados excelentes como foi a queda do risco no cenário interno.

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