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Rodrigo Pacheco
Além de redução “imediata” da taxa de juros, Pacheco passou um recado a Lula para que “respeite” projetos aprovados pelo Congresso no passado.| Foto: YouTube/reprodução

O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cobrou nesta quinta (20) que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, promova uma redução “imediata” da taxa de juros no Brasil, que hoje está em 13,75% ao ano e é alvo de críticas desde o começo do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A fala foi proferida durante um dos painéis do Lide Brazil Conference, realizado em Londres. Segundo Pacheco, a aprovação da autonomia do Banco Central teve sua motivação, para que não fosse suscetível a influências políticas indevidas. No entanto, o momento é de haver uma “base técnica” junto de uma “sensibilidade política” para fazer “crescer o Brasil”.

“E nós não conseguiremos crescer o Brasil com a taxa de juros a 13,75% ao mês”, disse a Campos Neto aplaudido pelos presentes na plateia após citar a valorização do Real frente ao Dólar, que chegou a ser cotado a menos de R$ 5 na semana passada.

Pacheco reconheceu, ainda, as diferentes visões que governo, Congresso e demais entes da política nacional tem sobre os mais diversos temas, mas que, neste momento, há uma “obstinação de reduzir a taxa de juros no Brasil”.

“Por isso, eu gostaria de pedir muito, é uma súplica do Senado, meu caro presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. [...]  Há um sentimento geral hoje, que obviamente depende de uma base empírica e técnica, mas também de uma sensibilidade política, de que nós precisamos encontrar os caminhos para a redução imediata da taxa de juros no Brasil sob pena de sacrificarmos todo esse trabalho que temos feito ao longo do tempo, de estabelecer todos esses marcos legislativos, todo esse ambiente de busca de segurança para investimentos no Brasil”, afirmou o presidente do Congresso.

Rodrigo Pacheco disse, ainda, que existem sim ruídos “e marolas” que têm prejudicado a redução da taxa de juros no Brasil, mas que é preciso “atacar esse problema e permitir que haja um ambiente propício para a redução. Ruído na política o Brasil sempre vai ter, teve no anterior – e muitos, inclusive – e naturalmente terá neste e em futuros governos”.

“Mas, mesmo sob um ambiente de ruídos, nós tivemos taxa de juros de 2% no passado. [É necessário] que busquemos fazer uma redução imediata da taxa de juros”, completou.

Ainda segundo ele, o novo arcabouço fiscal será aprovado, além da reforma tributária e de novas fontes sustentáveis de arrecadação, “faça com que o Brasil cresça”. “Basta que apartemos a agenda política dessas polêmicas e nos juntemos dentro do propósito comum, com moeda estável, inflação contida, com uma redução obviamente gradativa e responsável da taxa de juros e, naturalmente, com o crescimento do Brasil para se gerar emprego e oportunidades a todos”, finalizou no evento.

Campos Neto não comentou as falas de Pacheco.

Lula deve “respeitar o passado”, disse

Além de cobrar a redução da taxa básica de juros, Rodrigo Pacheco também passou um recado ao presidente Lula, de que é preciso “respeitar o passado” de projetos aprovados pelo Congresso. A citação foi em referência aos dois decretos assinados recentemente que alteram o marco legal do saneamento, aprovado em 2020 ainda sob o governo de Jair Bolsonaro (PL).

“Houve opções feitas pelo Parlamento brasileiro. Votamos, nos últimos anos, uma reforma política, da Previdência, trabalhista, estabelecemos limites dos gastos públicos, votamos o marco legal do saneamento, marco legal de falências e concordatas, de ferrovias, cabotagem, novo projeto do sistema cambial, diversos projetos de energia, na área do gás. Essas opções legislativas devem ser respeitadas. Ainda que não sejam marcos legislativos ideais, é muito melhor se ter estabilidade para a previsibilidade de investimentos e saber que aquela é a regra do Brasil concebida por uma política que foi responsável por fazer reformas ao longo dos últimos seis anos“, disse.

Ele ainda mencionou aos empresários em Londres que há um ambiente de estabilidade democrática no Brasil e que os novos projetos do arcabouço fiscal e reforma tributária serão aprovados para melhorar o ambiente de negócios e investimentos estrangeiros no país.

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