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Curitiba – Na hora de assinar a apólice de seguro do seu carro novo, o contador Altamir Farias teve uma desagradável surpresa. "Imaginava pagar no máximo R$ 1 mil, mas ele ficou em R$ 1.300", reclama Farias, proprietário de um carro avaliado em cerca de R$ 25 mil. O contador considera o valor muito alto e já está acostumado com as justificativas das seguradoras para os sucessivo aumentos. "Cada vez é uma história diferente. Este ano parece que os preços aumentaram porque os índices de recuperação de veículos diminuíram muito."

De acordo com clientes e corretores, a dificuldade para reaver os carros e o aumento no número de roubos são as explicações dadas pelas empresas para quem está pagando mais caro pelo seguro. Segundo estimativa da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) de Curitiba, no entanto, houve uma queda de 13% no total de furtos e roubos no primeiro trimestre de 2005, se comparado ao mesmo período do ano passado. Ainda de acordo com a DFRV, um carro é roubado ou furtado a cada hora na cidade. A capital tem uma frota atual de aproximadamente 850 mil veículos e, em média, 25 deles são levados diariamente por ladrões. Nos primeiros meses do ano, metade deles foi recuperado.

"A tarifa é calculada pelo perfil do motorista, mas também leva em consideração as estatísticas", comenta o corretor de seguros Fernando de Abreu Duarte. De acordo com o corretor, que trabalha com as oito maiores seguradoras do país, contrariando esses números, os seguros de automóveis aumentaram até 30% em relação ao ano anterior. "O custo para o mesmo carro está aumentando ano a ano porque o risco está crescendo. Nem colocar no estacionamento é mais garantia."

O sindicato que representa as empresas seguradoras, o Sindseg Paraná, não tem uma estimativa de quanto foi o aumento das apólices em relação ao ano passado. Da mesma forma, a federação nacional do setor diz que o valor é de responsabilidade de cada empresa e, por isso, não comenta os aumentos. Já as seguradoras alegam que é difícil estimar aumentos porque o preço varia muito conforme o carro, a região do país e o perfil do usuário. Na prática, porém, não é difícil encontrar exemplos de pessoas que estão pagando mais pelo seguro do mesmo carro que tinham em 2004.

Foi isso que aconteceu com o engenheiro Eduardo Pereira da Silva. O preço do seguro do seu carro particular passou de cerca de R$ 900, em 2004, para R$ 1,6 mil neste ano, ou seja, mais de 77% de aumento. "Estou pagando mais também pelos dois veículos da minha empresa", reclama. "Não dá para deixar de fazer um seguro para conseguir dormir tranqüilo. Mas ao invés do desconto por não ter usado a seguradora de um ano para outro, estou arcando com um aumento."

O empresário José de Arruda Neto conta que nem um sistema especial de segurança minimizou os gastos com o seu carro, avaliado em cerca de R$ 90 mil. "É um aumento absurdo de mais de 30%", reclama. No ano passado, ele pagou R$ 2,8 mil de seguro. Em junho deste ano fez a renovação e agora vai pagar cerca de R$ 3,8 mil. "Para um mesmo veículo, é uma diferença exorbitante. Mas é impossível ficar sem. É um risco que não dá para correr."

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