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Um acordo secreto para o comércio de carnes entre o Brasil e a Rússia é ignorado por Moscou, criando um mal-estar entre os dois países. O governo russo descumpriu um acordo assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Moscou em 2005 e elevou as barreiras contra a exportação nacional de carne.

A reportagem obteve cópia do acordo que estava sendo mantido em sigilo e que estipulava os termos do entendimento entre os dois países para a adesão de Moscou à Organização Mundial do Comércio (OMC). O que Moscou propõe agora, porém, é radicalmente contrário aos termos do entendimento fechado na presença de Lula.

A Rússia, um dos principais destinos da exportação de carnes e açúcar do Brasil, está em um processo de negociação com seus maiores parceiros comerciais, uma exigência para que faça parte da OMC. Já fechou um entendimento com os americanos e, nesta semana, chegou a um acordo com a União Europeia. Mas frustrou a diplomacia brasileira ao apresentar uma proposta que representa um revés total em comparação ao que o próprio presidente Lula havia obtido há cinco anos. O Itamaraty chegou a fazer uma troca: apoiava a adesão da Rússia à OMC sem criar dificuldades e em troca, recebia o apoio do Kremlin para a adesão do Brasil ao Conselho de Segurança da ONU.

Agora, esses termos são ignorados. Em 2005, por exemplo, o Brasil exportava 390 mil toneladas de carne suína para o mercado russo. Pelo acordo, o volume teria de ser mantido. Mas em 2009 as exportações foram de 260 mil toneladas. O que os russos sugerem é que a cota seja limitada a 250 mil toneladas e que o valor seja congelado por dez anos. O mesmo ocorreria com o setor de frangos. Na prática, portanto, o Brasil estaria pagando para ver a Rússia entrar na OMC e não recebendo benefícios, como ficou estabelecido pelo acordo de 2005. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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