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Reviravolta - TRF reforma decisão e libera silo para transgênicos

Houve nova reviravolta no caso da soja transgênica no Porto de Paranaguá. O Tribunal Regional Federal (TRF), com sede em Porto Alegre, reformou uma decisão que havia tomado na semana passada. Em despacho assinado na terça-feira, a desembargadora federal Marga Inge Barth Tessler reexaminou o caso e manteve a decisão liminar da Justiça Federal de Paranaguá, que libera a armazenagem do grão transgênico no silo público do porto.

A desembargadora indeferiu o pedido feito pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) para suspensão da liminar a acatou os argumentos dos operadores e exportadores. No despacho, ela afirma que a demora da decisão judicial poderia prejudicar a exportação recorde de soja pelo porto. A soja transgênica corresponde a cerca de 85% do total do grão que chega a Paranaguá, de acordo com dados divulgados pelo Conselho de Autoridade Portuária (CAP).

Na prática, a liberação do silo ainda depende de um despacho do juiz federal substituto de Paranaguá, Carlos Felipe Komorowski. Os efeitos da liminar deferida por ele estão suspensos, em função da primeira decisão do TRF, e para entrarem em vigor precisam de uma confirmação do juiz.

A Appa informou, por meio da assessoria de imprensa, que ainda não havia sido notificada da decisão do TRF e por isso não iria se pronunciar. A Appa defende a reserva do silão, que tem capacidade para armazenar 100 mil toneladas (10% do total do porto), para a soja convencional. (RF)

A Sadia inaugurou ontem, no Porto de Paranaguá, um novo armazém frigorificado com capacidade para estocar 8,5 mil toneladas, quase três vezes mais do que o antigo. O investimento de R$ 19 milhões dará maior produtividade às exportações da companhia, que poderão ser feitas por contêineres. Apesar da desvalorização do dólar, a empresa aposta no aumento de produção e vendas. De acordo com o diretor de Relações Institucionais da Sadia, Felipe Luz, o momento também é ótimo para aquisição de bens de capital importados.

A fábrica de Toledo, destruída em novembro do ano passado por um incêndio, irá receber novas máquinas e equipamentos importados. A Sadia vai destinar cerca de R$ 180 milhões para a reconstrução da fábrica, que deve ficar pronta até o final do ano. Em todo o Paraná, a companhia vai aplicar R$ 200 milhões nos próximos dois anos. Os planos nacionais prevêem investimentos de R$ 1,3 bilhão.

"A Sadia vem exportando há mais de 40 anos. Se ela deixasse se envolver pela oscilação do câmbio, não estaria onde está", afirmou o diretor comercial internacional da empresa, Gilbero Xandó. Ele confirma o impacto negativo no curto prazo, mas diz que a desvalorização do dólar está sendo minimizado pela alta dos preços internacionais. Ele diz que essa tendência deve se manter, por causa da febre do etanol à base de milho nos Estados Unidos. "Nenhum movimento de curto prazo vai inibir nossa vontade de crescer", declarou.

Embarque prioritário

Pelo Porto de Paranaguá passam cerca de 80% das vendas externas da Sadia, direcionadas a cerca de 60 países. Com a ampliação do armazém, o terminal vai passar a receber 700 mil toneladas por ano de congelados, contra 600 mil atuais. Cerca de 100 pessoas trabalham no local. A companhia tem um acordo com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) para ter prioridade de embarque nos cais quatro e cinco, que ficam em frente ao armazém.

De acordo com Felipe Luz, Paranaguá tem a melhor e mais importante estrutura portuária da Sadia. O Paraná abriga 5 das 13 fábricas da companhia catarinense, localizadas em Ponta Grossa, Dois Vizinhos, Paranaguá, Toledo e Francisco Beltrão.

Sanidade

Durante a inauguração, Felipe Luz cobrou do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB), presente ao evento, a adesão ao Programa Nacional de Sanidade Agrícola. O programa permite a regionalização das ações de sanidade e a possibilidade de fechar as fronteiras com outros estados, impedindo que problemas sanitários de uma região prejudiquem outra. De acordo com Pessuti, o Paraná já pleiteia a regionalização. Além de criar novas barreiras, o estado deve realizar exames sorológicos constantemente e fazer o georreferenciamento de todas as granjas.

Santa Catarina já aderiu ao programa, justamente quando Luz ocupou o cargo de secretário estadual da Agricultura. No final do mês, a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) concede o certificado de área livre de aftosa sem vacinação para o estado vizinho. Isso deve abrir mercados para a exportação de todo tipo de carne. Segundo Luz, quando isso se concretizar, a Sadia vai investir em um frigorífico de ponta para a produção e exportação de suínos.

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