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Colheita de soja no Centro-Oeste: governo estuda recursos para comercialização da produção | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Colheita de soja no Centro-Oeste: governo estuda recursos para comercialização da produção| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

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Projeto Mais Alimentos é estendido

O governo federal quer tornar permanente o programa "Mais Alimentos", de financiamento de tratores e máquinas para pequenos agricultores. "O programa criado em 2008, para um ano, foi renovado por mais um ano e agora será perene", disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, durante a abertura da Agrishow 2010.

Segundo Cassel, a autorização para que o programa seja permanente sairá por meio de uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN). "Já existe um acordo com o ministro [da Fazenda] Guido Mantega, com o Ministério do Planejamento e com o Banco Central", afirmou.

Cassel lembrou que, em pouco mais de dois anos, o "Mais Alimentos" já operou 60 mil contratos, com R$ 3 bilhões em financiamentos e possibilitou a compra de 25 mil tratores por pequenos agricultores. O programa, uma linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), libera até R$ 100 mil por família de agricultores, com juros de 2% ao ano, dez anos de prazo para pagamento e três anos de carência, para compra de máquinas e equipamentos.

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, confirmou ontem que o governo destinará cerca de R$ 100 bilhões em recursos para o Plano de Safra 2010/2011, previsto para ser anunciado na segunda quinzena de junho.Em discurso na abertura do Agrishow 2010, em Ribeirão Preto (SP), Rossi também fez duras críticas a ambientalistas. "Não venham nos dar aulas de como preservar o meio ambiente de dentro de salões da elite e dos shopping centers de São Paulo. Venham colocar o pé no barro", afirmou, além de defender que o discurso sobre o meio ambiente seja transformado em prática agronômica. Para ele, quem pode defender o meio ambiente é quem vive nele: o agricultor.

O valor que o governo destinará para a safra deve ficar perto dos R$ 95 bilhões da safra atual, dos quais cerca de 10% não serão tomados pelos produtores. "O recurso oferecido [em 2009/2010] não foi totalmente tomado, primeiro pelo nível de endividamento do produtor, já que muitos perderam a capacidade de financiamento, e ainda porque muitos produtos estiveram em uma faixa de preço razoável e não precisaram de grande apoio", afirmou o ministro.

Rossi salientou que os recursos destinados ao financiamento agrícola saltaram de R$ 22 bilhões, em 2003, para quase R$ 100 bilhões neste ano, o último do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O presidente Lula multiplicou os recursos colocados à disposição do agricultor e aumentou mais de dez vezes o volume de apoio à comercialização", afirmou o ministro.

Na atual safra 2009/2010, os recursos para comercialização, que começaram a ser liberados agora, devem somar R$ 5,2 bilhões, valor que ainda pode crescer por meio de novos aportes orçamentários, ante R$ 5,1 bilhões da safra passada já com os recursos extras liberados.

Segundo o ministro, as verbas já anunciadas para apoio à comercialização de arroz, feijão e milho devem começar a ser repassadas na próxima semana. "Devemos liberar ainda este mês operações para trigo e avaliamos outros produtos bem de perto, que ainda não precisam de apoio, como algodão e soja, pois estão acima do preço mínimo", explicou Rossi.

Agrishow

A Agrishow 2010 deve receber, até sexta-feira, cerca de 140 mil visitantes, dos quais 4 mil estrangeiros. São 730 expositores, de 45 países, que utilizarão uma área de 360 mil metros quadrados, além de 800 demonstrações de campo das máquinas e equipamentos.

A edição deste ano deve registrar vendas de máquinas e implementos nos mesmos níveis de 2008, com o retorno de montadoras como AGCO, CNH, John Deere, todas filiadas à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No ano passado, elas boicotaram a feira e usaram a crise econômica como motivo oficial para a ausência, apesar de o descontentamento sobre o futuro incerto do local de realização da feira ter sido decisivo. Com isso, os negócios, que movimentaram R$ 860 milhões em 2008, caíram para R$ 680 milhões no ano passado.

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