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Um ambiente de trabalho agradável – onde existe amizade e interação entre os colegas – é o desejo de todo profissional. Muitas vezes, os colegas acabam virando amigos pessoais, ou algum velho conhecido começa a trabalhar na mesma empresa, quem sabe no mesmo setor. Isso pode melhorar ainda mais o ambiente, mas requer cuidado por parte de ambos para que o aspecto profissional não seja afetado.

"É uma situação bem delicada e difícil, que exige maturidade", afirma a consultora em Recursos Humanos Janete Knapika, da Operativa. Para ela, nesses casos o melhor caminho é separar bem a vida profissional da pessoal. "Se um chefe der preferência para um amigo, isso pode minar a equipe", diz. "Para não perder a ética, o ideal é fazer elogios e propor desafios de acordo com as competências das pessoas e deixar sempre claro e transparente que a amizade não influi nas decisões de gerência."

Outra situação complicada é quando os amigos brigam fora da empresa e precisam dividir o mesmo ambiente de trabalho, ou até realizar tarefas em conjunto. "Nessa hora, novamente, é necessário demonstrar maturidade. O trabalho pode até ser o incentivo para que as desavenças sejam resolvidas", sugere Janete.

Experiência

É exatamente isso que busca Jeferson Miranda, coordenador da equipe de suporte técnico da operadora de telefonia GVT, com sede em Curitiba. Ele tem três amigos pessoais na empresa – que já conhecia antes de ser contratado –, é chefe de dois deles e mora com o outro, o analista de suporte Ricardo Daniachi. "A relação de amizade é bem separada. Se tiver que dar ordem ou brigar, eu faço." Miranda diz que já enfrentou problemas dentro da empresa com um de seus amigos e, na ocasião, discutiu com ele como se fosse qualquer outro funcionário. "Eu até já dei uma advertência para um deles", lembra.

Para Daniachi, a amizade não muda em nada a relação entre os dois no trabalho e não existe favorecimento por serem amigos. "Nós sempre nos tratamos com respeito. Se ele precisa pedir alguma coisa para mim, ele pede. Quando estão em casa, no entanto, o clima é outro. As conversas sobre o trabalho são evitadas e se resumem a fofocas. Miranda já teve discussões fora da empresa com seu amigo que não interferiram no trabalho. "Essa postura é necessária para se crescer profissionalmente. Se você for apadrinhado por alguém, vai ter problemas e ainda pode prejudicar a equipe inteira", resume.

Da mesma maneira agem as amigas Marilene Anhaia e Daihany Lauredo, que trabalham na loja de bijouterias Prata Fina. "Nossa amizade não interfere no trabalho porque sabemos dividir bem as duas coisas", diz Marilene. As duas se conhecem há mais de 12 anos e uma entrou na empresa antes da outra. Elas já chegaram a trabalhar na mesma sala, mas nunca tiveram atrito algum. "O importante é não conversar sobre trabalho nos momentos de lazer", completa.

Uma forma de descobrir qual a melhor maneira de agir é conhecer os princípios da companhia. "Uma empresa bem orientada favorece a amizade entre seus funcionários", diz o consultor em Recursos Humanos e professor do curso "Gerenciamento de Empresas" do Centro Europeu, Dante Ricardo Quadros. Para ele, tudo depende da cultura da empresa e dos líderes, mas também existem alguns gerentes que não concordam com este tipo de filosofia. "O ideal é ter um comportamento discreto, ético, de respeito e ter bom senso", resume Quadros.

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