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De 1940 até 2004, o Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todas as riquezas produzidas pelo país – cresceu cinco vezes, enquanto o salário mínimo real decresceu a cerca de 40% de seu valor inicial. Essa é uma das conclusões de um estudo divulgado nesta semana pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo a entidade, os números mostram que não se pode apostar no crescimento econômico como única forma de elevação real do salário mínimo.

A pesquisa do Dieese afirma que esse "grande abismo" entre o crescimento do PIB per capita e do mínimo é resultado de políticas que levaram ao aprofundamento da desigualdade social. O país gerou mais riqueza, mas ela não foi distribuída de forma eqüitativa. No índice de Gini, calculado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil aparece como país mais desigual que outras nações sul-americanas como Uruguai, Bolívia, Peru, Argentina, Chile e Colômbia.

De acordo com o estudo, a concentração de renda tem sido em favor dos detentores do capital. A participação dos trabalhadores na renda nacional caiu de 57% em 1949 para 36% em 2003.

Para combater a desigualdade de renda, o Dieese propõe uma política de valorização do salário mínimo.

No Brasil, 32% dos trabalhadores ganham até R$ 350 mensais. No Nordeste esse percentual é de 58% e, no Norte, de 37%. "É quase impossível desenvolver uma política de correção da desigualdade sem que se utilize o salário mínimo como um de seus principais instrumentos", diz o estudo.

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