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sociedade

Sanepar e Cattalini se unem para gerar gás do lodo de esgoto

CS Bioenergia vai investir R$ 55 milhões na construção de uma planta de biogás, que deve ficar pronta dentro de um ano

Estação de Tratamento de Esgoto Belém, em Curitiba, produz cerca de 110 toneladas de lodo por dia | João Henrique Stahlke/Divulgação Sanepar
Estação de Tratamento de Esgoto Belém, em Curitiba, produz cerca de 110 toneladas de lodo por dia (Foto: João Henrique Stahlke/Divulgação Sanepar)

A Companhia Paranaense de Saneamento (Sanepar) e a Cattalini Bioenergia acertaram a criação de uma nova empresa, a CS Bioenergia S.A, que vai explorar e dar destinação final ao lodo gerado nas estações de tratamento de esgoto. O objetivo é a produção de biogás e geração de energia.

As duas empresas formaram uma sociedade de propósito específico (SPE), que nasce com capital social de R$ 5,2 milhões. A Sanepar tem 40% do negócio, e a Cattalini, 60%. A nova empresa vai investir R$ 55 milhões na construção de uma planta de biogás, que deve ficar pronta dentro de um ano.

A unidade vai ficar ao lado da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Belém, a maior da Sanepar, que produz 110 toneladas de lodo (530 mil metros cúbicos) por dia. O lodo, juntamente com resíduos sólidos orgânicos de grandes geradores, como shoppings, supermercados e Ceasa, será transformado em energia, por meio do processo de biodigestão anaeróbia, que produz um biogás composto de 62% de metano e 38% de CO2.

Inicialmente a capacidade de geração será de 2,8 megawatts (MW), energia suficiente para atender a demanda de 28 mil casas populares, segundo o diretor de meio ambiente e ação social da Sanepar, Péricles Weber. A energia será comercializada no mercado livre.

A unidade de biodigestão será capaz de atender também a ampliação da ETE, que está recebendo investimentos de R$ 80 milhões e vai passar a gerar 690 metros cúbicos por dia de lodo. "Com isso cobrimos essa demanda até 2022", diz Weber. Em uma segunda fase, entre 2022 e 2044, a unidade poderá receber recursos de R$ 29 milhões e totalizar a geração de 4,6 MW.

Atualmente, grande parte do lodo gerado pela ETE é transformado em adubo, mas a operação tem um custo alto de logística e depende da sazonalidade da demanda do produto. "Com a nova unidade vamos reduzir em R$ 1 milhão nossos custos operacionais por ano nessa operação", diz Weber. Ainda assim, a nova unidade deve destinar cerca de 20 toneladas para a fabricação de adubo.

Dos R$ 55 milhões previstos no projeto, até 95% serão captados via financiamentos. Segundo os executivos, o potencial é vender a energia gerada a pelo menos R$ 170 o MW.

Oportunidades

Criada no fim de 2011, a Cattalini Bioenergia tem uma parceria com a austríaca Entec, que vai fornecer a engenharia do projeto da sociedade com a Sanepar. O objetivo da empresa é ter pelo menos cinco unidades para tratamento de resíduos no país entre dois e três anos, com investimentos de R$ 300 milhões, segundo Giuseppe Nappa, superintendente da Cattalini.

Conforme Sergio Vidoto, diretor comercial, a intenção também é aproveitar as oportunidades de negócios com a nova lei de resíduos sólidos, de 2010, que estabelece que os municípios terão de acabar com os lixões a céu aberto até agosto desse ano.

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