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Mercado internacional - Paraná continua de fora

Enquanto assiste o vizinho atingir um status inédito no Brasil, o Paraná continua fora do mercado internacional de carne bovina. Mais de 50 países mantêm o embargo à carne bovina do estado desde a suspeita dos focos de febre aftosa, em outubro de 2005. A expectativa das autoridades brasileiras é que a condição paranaense de área de risco seja analisada pela OIE em reunião a ser realizada em outubro. Para o mercado nacional, o estado já foi declarado pelo Ministério da Agricultura como área livre da doença. Para atender às normas internacionais, no ano passado o Paraná sacrificou quase 7 mil animais.

Giovani Ferreira

São Paulo – O reconhecimento de Santa Catarina como área livre de febre aftosa sem vacinação, o único estado do país com esse status, pode abrir os principais mercados para a carne suína brasileira, hoje fechados por conta da deficiência sanitária de outras unidades da federação. O reconhecimento foi ratificado ontem em reunião do comitê internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Paris. A OIE também ratificou a região centro-sul do Pará como área livre com vacinação.

Japão (com 24% das importações mundiais do produto), Estados Unidos (10%), México (9%), Coréia do Sul (8%), entre outros países, não compram carne suína do Brasil, situação que pode ser revertida a partir de agora na opinião de Pedro Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). "Podemos trabalhar esses mercados."

A despeito do embargo de vários compradores importantes o Brasil foi o quarto maior exportador de carne suína em 2006, com 528 mil toneladas, de acordo com a Abipecs. Ficou atrás da União Européia (UE), Canadá e Estados Unidos, todos com vendas de mais de um milhão de toneladas. Os principais compradores da carne brasileira foram Rússia, Hong Kong, Ucrânia, Cingapura, Moldávia e Argentina.

Maior produtor de suínos do país, Santa Catarina foi o estado mais prejudicado pela ocorrência de febre aftosa no Paraná e em Mato Grosso do Sul em outubro de 2005. A Rússia, segundo maior comprador mundial e maior cliente da carne suína brasileira, suspendeu as aquisições do produto catarinense desde aquela época e até o momento não retomou as importações.

Embora não espere um movimento positivo dos compradores russos, Camargo Neto avalia que o status de área livre sem vacinação abrirá, no médio prazo, mercados importantes como Japão e Chile, que não admitem vacinação e outros compradores exigentes, como Estados Unidos e União Européia. Técnicos do Japão e da UE devem visitar o Estado no segundo semestre.

Santa Catarina não registra foco de aftosa há 14 anos e desde maio de 2000 é reconhecido pelo Ministério da Agricultura como área livre da doença sem vacinação. A última vacinação ocorreu em abril de 2000. Desde então, houve dois casos da doença no Mato Grosso do Sul. Mesmo assim, Santa Catarina manteve-se firme em sua decisão técnica e política de não voltar a vacinar. "Essa resolução permitiu o encaminhamento e a defesa do pleito brasileiro junto à OIE, objetivando o atual reconhecimento", explica a Secretaria de Defesa Agropecuária.

No caso do Pará, o reconhecimento internacional abrange 44 municípios do centro-sul do estado, que possui um rebanho de 13,5 milhões de bovinos e bubalinos.

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