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A area de carnes da Sara Lee estava na mira da brasileira JBS | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
A area de carnes da Sara Lee estava na mira da brasileira JBS| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O conselho da empresa norte-americana Sara Lee rejeitou propostas de aquisição de dois potenciais compradores e deve realizar uma cisão da companhia em duas, uma dedicada ao negócio de carnes e outra ao de café, segundo fontes que acompanham o assunto. A medida vai frustrar aqueles que torciam por uma guerra de lances pela Sara Lee, cujo valor de mercado é de US$ 11,3 bilhões. Tanto um consórcio de investidores privados liderado pela Apollo Global Mana­­gement quanto a JBS-Friboi, uma grande produtora brasileira de carnes, fizeram gestões preliminares para a aquisição da Sara Lee. Mas, na quinta-feira, os diretores da empresa decidiram que os preços que têm sido mencionados não estão à altura, disseram as mesmas pessoas que detêm informações internas, sob condição de anonimato.

Essas pessoas, no entanto, advertiram que a situação permanecia incerta, acrescentando que a Sara Lee ainda pode considerar ofertas públicas de aquisição, mesmo depois de iniciado o processo de cisão. Um anúncio formal pode vir nos próximos dias, acrescentou uma das fontes.

A Sara Lee já havia rejeitado abordagens para aquisição anteriormente. A empresa recusou várias propostas informais de fusão no semestre passado, incluindo as de Kohlberg Kravis Roberts e JBS, argumentando que os valores envolvidos não eram suficientes.

A JBS, que administra produtores de carne bovina e suína nos Estados Unidos, corre atrás do controle da Sara Lee para selar uma grande expansão na América do Norte. A empresa brasileira deu indicações à norte-americana de que, se a comprasse, revenderia a operação de café para o Blackstone Group, segundo as fontes. Mas a JBS teve dificuldades para levantar financiamento que bancasse sua oferta de US$ 20 por ação e, na quinta-feira, desistiu de tentar os empréstimos necessários.

O grupo liderado pela Apollo, que também inclui a TPG Capital e a Bain Capital, ainda não apresentou uma nova proposta depois de fazer uma oferta preliminar, na semana passada, que não chegava aos US$ 20, ainda segundo as mesmas fontes. A Sara Lee havia sugerido ao consórcio de private equity que seria necessário aumentar o lance para se iniciar uma negociação a sério.

A Sara Lee revelou aos dois candidatos que pensava na cisão, caso não recebesse nenhuma oferta satisfatória até as reuniões de seu conselho, na quarta-feira e na quinta-feira. Essa medida poderia ser mais atraente do que uma venda, pois pouparia os acionistas de tributação alta, embora continue sendo uma operação complicada.

A empresa tem passado adiante várias de suas unidades nos últimos anos. Vendeu seu negócio de panificação na América do Norte, no ano passado, para o Grupo Bimbo, do México, por US$ 959 milhões, e, em 2009, duas outras unidades, a mundial da área de cuidados com o corpo e a europeia especializada em detergentes, para a Unilever, por 1,3 bilhão de euros, ou US$ 1,8 bilhão.

Mas a empresa passou a considerar as possibilidades de venda ou cisão depois que Brenda C. Barnes renunciou ao cargo de presidente e executiva-chefe, em agosto, três meses após sofrer um derrame. Mesmo nomeando um executivo-chefe interino, a companhia adiava a procura de um substituto permanente para Barnes até que tivesse pesado todas as suas alternativas de futuro.

Tradução: Christian Schwartz

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