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Clima seco faz baixar reservatórios e encarece energia comprada por distribuidoras | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Clima seco faz baixar reservatórios e encarece energia comprada por distribuidoras| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

O consumidor vai pagar caro pelo calor do último mês e pelo baixo volume de chuvas. Além dos gastos com a geração das usinas térmicas, que têm um custo maior de geração de energia em relação às hidrelétricas, os brasileiros ainda vão arcar com as despesas que as distribuidoras estão tendo com a compra de energia no mercado livre, onde o preço para o início de fevereiro é o maior da história.

De acordo com estimativa da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), se todos esses custos permanecerem no atual patamar, poderão resultar em um aumento médio em torno de 10% nas contas de luz, que serão repassados na época do reajuste anual.

As distribuidoras têm de recorrer ao mercado livre, pois não vêm conseguindo obter toda a energia necessária para atender à demanda nos leilões feitos pelo governo federal. Atualmente, elas precisam "comprar" 3,3 mil megawatts (MW) médios adicionais e, assim, acabam se sujeitando aos preços elevados. Na semana passada, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) fixou preço de R$ 822,83 por MW/h para a primeira semana de fevereiro, contra R$ 466 da última semana. É o maior valor da história e no teto estipulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A Abraceel diz ainda que, se os valores no mercado livre se mantiverem nesse patamar durante o mês de fevereiro, o gasto extra das distribuidoras chegará a R$ 1,6 bilhão. Segundo especialistas, o preço no mercado livre é balizado pela expectativa de chuvas e pelo nível dos reservatórios. No último dia 30, diz o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as hidrelétricas da região Sul chegaram a 58,6% de sua capacidade, número menor que no dia anterior, de 59,4%. Entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste, o nível caiu de 40,8% para 40,6%. No Nordeste, o volume ficou igual, em 42,5%.

"As distribuidoras estão descontratadas. Nos leilões feitos pelo governo, os empreendimentos (como hidrelétricas e usinas eólicas) vêm atrasando e a energia não entra no sistema. Por isso, têm de recorrer ao mercado livre. E esse custo vai chegar ao consumidor", explica Reginaldo Medeiro, presidente da Abraceel.

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